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Nepal/Terremoto

Para ONU, burocracia atrasa chegada de ajuda ao Nepal

As Nações Unidas criticaram a burocracia do governo nepalês que estaria impondo entraves à chegada da ajuda humanitária ao país, devastado por um terremoto que fez mais de 7 mil mortos desde o último dia 25. A mais recente contagem de vítimas elenca 7.040 mortos, além de 14 mil feridos, e as autoridades locais anunciaram neste domingo (3), que o balanço definitivo será muito mais alto.

Casa destruída em vilarejo do distrito de Sindhupalchowk: socorro demora para chegar a regiões afastadas
Casa destruída em vilarejo do distrito de Sindhupalchowk: socorro demora para chegar a regiões afastadas REUTERS/Danish Siddiqui
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"Há vilarejos em que ainda não conseguimos chegar, mas já temos informações de que todas as casas foram destruídas", declarou o ministro nepalês das Finanças, Ram Sharan Mahat. "As réplicas do tremor são constantes e o custo humano será muito mais alto", lamentou. Na China e na Índia, mais de 100 pessoas morreram.

Neste domingo, a polícia anunciou que mais 50 corpos, incluindo os de seis estrangeiros, foram encontrandos na região de escalada de Langtang. Outros 100 turistas ainda estão desaparecidos na área. "Nossa prioridade era resgatar os sobreviventes. Encontramos cerca de 350 pessoas, metade delas, turistas ou guias", afirmou Uddav Prasad Bhattarai, chefe da polícia do distrito de Rasuwa, ao norte de Katamandu. A maior parte dos esforços se concentra em povoados afastados, nas regiões mais afetadas pelo terremoto, cujo epicentro foi a cerca de 70 quilômetros da capital.

Burocracia

Para a ONU, essa operação seria mais rápida se a administração local disponibilizasse mecanismos para facilitar a chegada da ajuda estrangeira. "Estou extremamente preocupada com o tempo que tomam os trâmites alfandegários", declarou, em Katmandu, a chefe de operações humanitárias das Nações Unidas, Valeria Amos. De acordo com ela, o primeiro ministro, Sushil Koirala, prometeu reduzir os entraves, mas isso ainda não aconteceu efetivamente.

Aviões carregados de víveres e equipes vindas do mundo inteiro enfrentam horas de burocracia no pequeno aeroporto de Katmandu. O diretor do aeroporto, Prasad Shrestha, proibiu a aterrissagem de aviões de grande porte, por medo que as pistas danificadas não suportem o peso das aeronaves acima de 196 toneladas. "Não há rachaduras visíveis, mas temos de tomar cuidado, considerando a quantidade de réplicas que tivemos", delcarou.

Outra preocupação das Nações Unidas é o controle das epidemias, que arriscam afetar 1,7 milhão de jovens nas áreas mais afetadas. "Os hospitais estão superlotados, falta água, ainda há cadáveres presos aos escombros e as pessoas continuam sem casas. É o cenário perfeito para a proliferação de doenças", advertiu Rownad Khan, representante adjunto da Unicef (Fundo da ONU para a Infância). De acordo com o último balanço da organização, mais de 160 mil moradias foram destruídas e 143 mil danificadas pelo terremoto.

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