Indonésia resgata barco com quase 500 imigrantes ilegais
Cerca de 500 imigrantes vindos de Mianmar e do Bangladesh chegaram neste domingo (10) de barco ao largo da província de Aceh, no nordeste da Indonésia. Eles foram resgatados pelas autoridades locais, que foram alertadas por pescadores da região.
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Um dos responsáveis pelas equipes de socorro explicou que pescadores avistaram um barco em dificuldades no mar ao norte de Aceh. Equipes foram levadas ao local e conseguiram socorrer 469 imigrantes, entre eles Rohingyas de Mianmar e bangaleses. Entre eles, há mulheres e crianças. Todos os imigrantes foram levados a locais seguros, de acordo com as informações repassadas à agência AFP.
Os Rohingyas de Mianmar são uma minoria muçulmana apátrida, considerada pela ONU como uma das mais perseguidas em todo o mundo. O responsável local pelas equipes de emergência informou que os imigrantes seriam encaminhados a um centro de retenção no norte de Aceh. A polٕícia e os serviços de imigração vão estudar cada caso e esclarecer a motivação deles para arriscarem suas vidas no mar.
Ordem para nadar até terra firme
Um outro integrante das equipes de resgate declarou que o barco chegou próximo a uma praia e os passageiros receberam ordens para chegar à nado em terra firme. Segundo essa fonte, o agente responsável pelo transporte disse que eles tinham chegado à Malásia. Alguns que nadaram até a costa perceberam depois que, na verdade, tinham chegado à Indonésia.
Na embarcação, havia 83 mulheres e 41 crianças, e algumas delas passaram mal e precisaram de atendimento médico.
Todos os anos, milhares de migrantes clandestinos tentam atravessar a zona fronteiriça entre Mianmar e Bangladesh para fugir da pobreza ou da perseguição religiosa nesses países. Eles transitam pelo sul da Tailândia e tentam chegar à Malásia ou à Indonésia.
Minoria perseguida
Cerca de 800 mil Rohingyas vivem confinados no estado de Rakine, no oeste de Mianmar, sendo que 140 mil deles vivem em instalações provisórias e em condições deploráveis. Eles foram privados de nacionalidade pela ex-junta que governou o país e sofrem restrições para viajar, encontrar trabalho, ter acesso à saúde e até casar.
Segundo um relatório do Alto Comissariado da ONU para os refugiados (HCR), cerca de 25 mil Rohingays e bangaleses se lançaram ao mar entre janeiro e março deste ano para tentarem uma vida melhor em outros países. O número dobrou em relação ao mesmo período do ano passado.
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