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Egito/Justiça

Ex-presidente islâmico Mohamed Mursi é condenado à pena de morte no Egito

O ex-presidente egípcio Mohamed Mursi, que esteve à frente de um governo islâmico conservador e foi deposto pelo exército em 2013, foi condenado à morte neste sábado (16) no Egito. Mursi recebeu a pena máxima no processo em que era julgado por ter organizado a fuga coletiva de prisioneiros de uma penitenciária do Cairo, durante a revolta popular de 2011. Ele pode recorrer da sentença.

O ex-presidente egípcio Mohamed Mursi fotografado em um tribunal no Cairo, no ano passado.
O ex-presidente egípcio Mohamed Mursi fotografado em um tribunal no Cairo, no ano passado. AFP PHOTO / STR
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O tribunal do Cairo também condenou à morte outros 128 réus, incluindo uma mulher, que eram acusados, assim como Mursi, da fuga coletiva de detentos. A Promotoria alegou que o motim, ocorrido em meio à revolução que tirou do poder o ex-ditador Hosni Mubarak, resultou no sequestro e morte de guardas penitenciários. Entre os condenados à morte estão membros proeminentes de movimentos islâmicos parceiros no Oriente Médio: a Irmandade Muçulmana, o Hamas palestino e o Hezbollah libanês.

A justiça egípcia também divulgou hoje os veredictos de um segundo processo no qual Mursi era acusado de espionagem, entre 2005 e 2013. O ex-presidente era suspeito de ter conspirado com o grupo radical palestino Hamas e com o Hezbollah libanês para promover ataques na região do Sinai, após sua saída do poder. Neste caso, Mursi escapou da pena de morte, enquanto outros 16 réus foram condenados à execução.

Antes de serem confirmadas ou rejeitadas, as sentenças à pena capital precisam ser submetidas à apreciação do mufti do Egito, autoridade religiosa em assuntos relacionados com a lei islâmica. Porém, o parecer do mufti não tem o poder de revogar a decisão judicial. Ele tem até o dia 2 de junho para opinar sobre as sentenças.

Ex-ministro pede mobilização internacional

Inconformado com a condenação de Mursi, Amr Darrag, um ex-ministro do governo conservador islâmico, pediu a mobilização da comunidade internacional para impedir que a pena capital seja aplicada ao ex-presidente egípcio, o único eleito democraticamente no país. Darrag, fundador do Partido da Justiça e Liberdade, braço político da Irmandade Muçulmana, disse que o veredicto contra Mursi foi "político" e que é preciso evitar o que seria um "assassinato".

Condenado a 20 anos de prisão

O ex-presidente egípcio já havia sido condenado a 20 anos de prisão, há três semanas, em um primeiro processo sobre violências cometidas por seu governo durante a insurreição popular de 2011.

Desde que se elegeu presidente do Egito, o ex-general Abdel Fattah Al-Sissi, que havia derrubado o governo Mursi quando dirigia o Estado-Maior das Forças Armadas, comanda uma repressão implacável contra a Irmandade Muçulmana. O atual presidente conta com o apoio de uma parcela importante da população, que almeja um ambiente de estabilidade política no Egito. 

A Irmandade Muçulmana afirma ter feito a opção pela resistência pacífica, mas o movimento islâmico foi banido do cenário político egípcio e qualificado, em dezembro de 2013, de organização terrorista pelo novo regime. 

 

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