Presidente chinês anuncia corte de 300 mil militares durante desfile
A China celebrou nesta quinta-feira (3) os 70 anos da capitulação do Japão, no fim da Segunda Guerra Mundial com um desfile militar nas ruas de Pequim para impressionar o mundo. Três aspectos marcaram o desfile: a ausência de líderes de grandes potências, que recusaram o convite do governo chinês; as homenagens aos veteranos nacionalistas do Kuomintang, considerados "esquecidos" da guerra; e o anúncio surpresa do presidente Xi Jinping de redução de 300.000 militares, o equivalente a 13% do efetivo militar chinês.
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Da correspondente da RFI em Hong Kong, Luiza Duarte
O evento contou com a presença de 30 altos-funcionários de governos estrangeiros e chefes de Estado, entre eles o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente sul-africano, Jacob Zuma. Líderes ocidentais, como o presidente americano, Barack Obama, e a chanceler alemã, Angela Merkel, recusaram o convite. O Brasil foi representado pelo ministro da Defesa, Jaques Wagner.
De Hong Kong, quase 300 membros do governo, da imprensa e autoridades próximas ao Partido Comunista Chinês (PCC) viajaram para a capital chinesa para acompanhar de perto as celebrações.
Na Praça da Paz Celestial, o presidente chinês, Xi Jinping, fez um inesperado anúncio de um corte de 300.000 militares e garantiu que a China “não busca sua ampliação e nem impor sofrimentos trágicos a outras nações". A data da redução de 13% do efetivo militar chinês, o equivalente a duas vezes o tamanho do exército britânico, não foi informada durante o discurso. Xi Jinping lembrou ainda os 35 milhões de chineses que perderam a vida durante o conflito mundial, embora os números de mortos no conflito sejam incertos, variando entre 15 e 20 milhões de pessoas.
A organização e os números do “Dia da Vitoria Chinês” impressionam. Além dos cerca de 12.000 militares, ao todo, 500 veículos e cerca de 200 aviões e helicópteros foram levados para a capital. Mais de 80% desse armamento nunca tinha sido exibido antes ao grande público. Bombardeiros de grande poder de ação e mísseis de diversos tipos, incluindo o DF-21D, conhecido pela sua potência capaz de destruir porta-aviões, mostraram a capacidade militar da China. O país possui atualmente o segundo maior orçamento de defesa do mundo, com fundos de U$ 129 bilhões.
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