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Afeganistão

Chefe da Otan no Afeganistão diz que EUA violaram regras em ataque a hospital

O general John Campbell, que dirige a missão da Otan no Afeganistão, afirmou que as tropas americanas não seguiram as regras que regem um ataque aéreo no polêmico bombardeio ao hospital da ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) em Kunduz. A informação é divulgada nesta quarta-feira (7) pelo jornal The New York Times (NYT).

Foto fornecida pela MSF mostra que o hospital da ONG em Kunduz pegou fogo depois de ser atingido por um míssil no dia 3 de outubro de 2015.
Foto fornecida pela MSF mostra que o hospital da ONG em Kunduz pegou fogo depois de ser atingido por um míssil no dia 3 de outubro de 2015. AFP PHOTO / MSF
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Essas "regras de conduta" do exército americano ditam os procedimentos prévios a um ataque aéreo. Um bombardeio é legítimo apenas em caso de "eliminação de terroristas, proteção de soldados americanos em dificuldades e apoio às tropas afegãs", explica o jornal.

O bombardeio contra o hospital da MSF, fatal para 22 pacientes e atendentes, "muito provavelmente não entra em nenhuma dessas categorias", afirmou Campbell ao NYT. O ataque aconteceu no sábado (3).

Pior ainda, as forças americanas que realizaram a intervenção aérea "não visualizaram o alvo" que seus colegas afegãos indicaram para o bombardeio.

Na terça-feira, ante a comissão de Forças Armadas do Senado, o general Campbell já tinha admitido a falha. O Pentágono lamentou profundamente a morte das vítimas.

Por outro lado, soldados afegãos afirmaram que havia talibãs dentro do hospital.

MSF exige investigação independente

A Médicos Sem Fronteiras exige uma investigação rigorosa e independente do incidente. A ONG não confia em uma investigação interna do Pentágono, nem da Otan, e pede a nomeação de uma "comissão internacional humanitária" para estabelecer a verdade.

Segundo a presidente da ONG, o bombardeio contra o hospital constitui um "crime de guerra" e um "ataque" à Convenção de Genebra, que estabelece as regras do direito humanitário em guerras.

Embora protocolos adicionais à Convenção de Genebra assegurem esse tipo de investigação desde 1977, o mecanismo nunca foi utilizado. Para que a comissão desejada pela MSF saia do papel, um estado signatário da Convenção precisa solicitá-la.

Assim que começou o ataque ao hospital, a MSF telefonou ao comando militar da Otan e a autoridades militares afegãs para prevenir sobre o possível erro. Mas nenhuma autoridade militar deu ouvidos à ONG. O bombardeio durou 30 minutos. "É intolerável que o bombardeio a um hospital e o assassinato de pacientes e do pessoal médico seja qualificado como um dano colateral e seja relegado a um simples erro", diz a ONG.

Com informações da AFP

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