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Número de cristãos mortos por motivos religiosos quase dobrou em 2015

As perseguições contra cristãos aumentaram em todo o mundo em 2015, com quase o dobro de mortes e um aumento no número de países onde a situação é crítica para estas pessoas. Os dados foram revelados no relatório anual da ONG Portes Ouvertes, divulgado nesta quarta-feira (14).

A ascensão do partido hindu de Narendra Modi na Índia é vista com preocupação pela ONG europeia.
A ascensão do partido hindu de Narendra Modi na Índia é vista com preocupação pela ONG europeia. REUTERS/Adnan Abidi
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Em seu “Índex da Perseguição”, a associação evangélica contabilizou 7.100 cristãos mortos por causa de sua fé – contra 4.300 no ano anterior. Do total, foram 4.000 vítimas apenas na Nigéria e 1.600 na República Centro-africana. “Estas são apenas as mortes registradas, mas sabemos que isso é apenas a ponta de um iceberg”, disse Michel Varton, diretor da ONG na França.

Segundo Varton, o extremismo islâmico continua sendo o “grande motor da perseguição” em 35 dos dos 50 países pesquisados pelo relatório, mas ressalvou que esta não é a única causa. Em 2015, a situação piorou em 36 países, e melhorou em apenas sete.

A Coreia do Norte ocupa o primeiro lugar da lista pelo 14º ano consecutivo. No país, onde o Estado é ateu, o culto cristão permanece na clandestinidade e é passível de pena de morte ou prisão. Iraque, Eritreia, Afeganistão e Síria ocupam as quatro posições seguintes.

Índia preocupa

Em 17º lugar, a Índia se torna um novo motivo de preocupação, com a chegada ao poder do RSS, partido nacionalista hindu do primeiro-ministro Narendra Modi. O perigo, segundo a ONG, não é apenas para os cristãos, mas também para muçulmanos, sikhs e budistas – que representam 20% da população não-hinduísta.

“O partido é formado por pessoas que pensam que a Índia é uma nação hindu e querem transformá-la em uma nação puramente hindu”, destaca John Dayal, católico fundador do Conselho dos Cristãos na India.

O índex da perseguição, publicado desde 1997, analisa a capacidade dos cristãos de viver a sua fé em diferentes países tanto na esfera privada, como familiar, social, civil e eclesiástica, atribuindo a cada critério uma nota mais ou menos elevada, segundo a gravidade da opressão sofrida.

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