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OMS cria unidade especial de combate ao zika vírus

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta terça-feira (2) a criação de uma unidade global para responder ao zika vírus e expressou o temor de uma propagação da epidemia para África e Ásia. "Criamos uma unidade de resposta global, que reúne todos os funcionários da OMS na sede e nas regiões, para examinar a resposta formal à doença", afirmou um dos especialistas da organização com sede em Genebra, Anthony Costello. 

Com mais de 1,5 milhão de contágios desde abril, o Brasil é o país mais afetado pelo vírus e a microcefalia.
Com mais de 1,5 milhão de contágios desde abril, o Brasil é o país mais afetado pelo vírus e a microcefalia. AFP PHOTO/Schneyder Mendoza
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A agência da ONU anunciou nessa segunda-feira (1) que o zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, é o principal suspeito por um aumento acima do normal dos casos de microcefalia na América do Sul. Por este motivo, a OMS decretou emergência mundial, o que só aconteceu anteriormente com os vírus H1H1, da pólio e ebola.

Costello, pediatra e especialista em microcefalia, afirmou que a nova unidade vai tirar "todas as lições aprendidas com a crise do ebola", para enfrentar de maneira rápida o zika e as má-formações e desordens neurológicas suspeitas de ligação com o vírus.

Propagação rápida pode chegar à África e à Ásia

O médico insistiu na importância de uma ação rápida e destacou que não existe razão alguma para acreditar que a epidemia ficará limitada à América Latina, onde até o momento mais de 20 países registraram casos da doença.
"Nossa preocupação é que o vírus se propague a outras zonas do mundo, onde a população não é imune, e sabemos que os mosquitos portadores do zika vírus estão presentes na maior parte da África, em áreas do sul da Europa e em muitas partes da Ásia, em particular no sul da Ásia", disse.

As autoridades da Tailândia anunciaram nesta terça-feira que um homem contraiu a doença. O arquipélago africano de Cabo Verde também informou a existência de dois casos locais.

A situação também preocupa a Europa e a América do Norte, onde foram identificados dezenas de casos importados por pessoas que viajaram na América Latina.

Zika foi identificado pela primeira vez em Uganda

O zika vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, também vetor da dengue e do chicungunha. Foi descoberto em uma selva de Uganda, chamada Zika, no ano de 1947.

O Brasil alertou em outubro sobre um número elevado de nascimentos de crianças com microcefalia na região Nordeste. Atualmente há 270 casos confirmados e 3.449 em estudo, contra 147 em 2014. As autoridades notificaram em maio de 2015 o primeiro caso de doença provocada pelo zika vírus. Desde então, "a doença se propagou dentro do país e também a outros 22 países da região", indica a OMS.

Com mais de 1,5 milhão de contágios desde abril, o Brasil é o país mais afetado pelo vírus, seguido pela Colômbia. O governo colombiano anunciou, no sábado, mais de 20.000 casos da doença no país, 2.000 deles em mulheres grávidas.

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