Comunidade internacional vai doar mais de US$ 10 bilhões para refugiados sírios

Os países doadores, reunidos em Londres na conferência internacional sobre a crise síria nesta quinta-feira (4), ofereceram mais de US$ 10 bilhões de ajuda aos refugiados. Metade do valor, superior ao objetivo inicial da comunidade internacional, será distribuído em 2016.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron (e) recebeu os líderes mundiais ao lado do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. REUTERS/Dan Kitwood

Os representantes de vários países apresentaram durante todo o dia suas promessas de doações para responder à guerra na Síria. Para mostrar o exemplo, o governo britânico, anfitrião do encontro ofereceu US$ 1,74 bilhões até 2020. O Reino Unido é um dos principais doadores, junto com Estados Unidos e Alemanha.

Para o primeiro-ministro britânico, David Cameron, a doação coletiva é a maior já reunida em um único dia em resposta a uma crise humanitária. No entanto, “o êxito de hoje não é uma solução para a crise, ainda temos de ver uma transição política para a Síria", afirmou o premiê. "Mas, com os compromisso de hoje, nossa mensagem ao povo sírio e à região é clara: os apoiaremos enquanto for necessário".

A chanceler alemã Angela Merkel prometeu desbloquear € 2,3 bilhões até 2018. Essas doações são apenas “um dos elementos que vão contribuir para que as pessoas não precisem mais se lançar em viagens perigosas pela Europa”, disse a representante de Berlim, que vem sendo criticada em seu país por sua política de acolhimento aos refugiados.

Os Estados Unidos também anunciaram US$ 890 milhões suplementares de ajuda. “Ver refugiados obrigados a comer ervas e animais selvagens para sobreviver choca qualquer pessoa civilizada. Temos que propor uma resposta a isso”, declarou o secretário de Estado norte-americano, John Kerry.

Mais de um milhão de empregos para os refugiados

Segundo a declaração oficial divulgada no final na conferência, as doações devem permitir a criação, até 2018, de mais de um milhão de empregos para os refugiados. Os doadores também se comprometeram em fornecer educação de qualidade para 1,7 milhão de crianças.

A guerra na Síria, que começou em março de 2011 após manifestações pacíficas contra o regime do presidente de Bashar al-Assad, já matou 260 mil pessoas e provocou uma crise humanitária no país. Cerca de 13,5 milhões vivem em situação de vulnerabilidade ou tiveram que fugir de suas casas. Pelo menos 4,6 milhões de sírios se refugiaram nas vizinhas Jordânia, Turquia, Iraque e Egito, enquanto outras centenas de milhares migraram para a Europa.