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Síria/guerra

Fome em cidades sitiadas na Síria já matou milhares

A fome nas regiões sitiadas na Síria já teria deixado milhares de mortos, segundo o representante do Alto Comissariado da ONU para os direitos humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein. A declaração foi dada na abertura da sessão anual do Conselho de Direitos Humanos, nesta segunda-feira (29) em Genebra.

Filas de pessoas na cidade de Moadamiyeh, Síria durante uma distribuição de ajuda alimentar conjunta entre o equivalente da Cruz Vermelha, o Croissant Rouge Árabe Sírio (SARC) e o Comité Internacional da Cruz Vermelha, que ocorreu em uma zona tampão.
Filas de pessoas na cidade de Moadamiyeh, Síria durante uma distribuição de ajuda alimentar conjunta entre o equivalente da Cruz Vermelha, o Croissant Rouge Árabe Sírio (SARC) e o Comité Internacional da Cruz Vermelha, que ocorreu em uma zona tampão. REUTERS/Pawel Krzysiek/ICRC
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De acordo com o representante da ONU, mais de 450 mil pessoas estão atualmente inacessíveis em cidades e vilarejos na Síria, algumas há vários anos. “Alimentos, medicamentos e outros produtos são sistematicamente bloqueados. A privação deliberada de comida é formalmente proibida como arma de guerra. E, por extensão, sitiar vilarejos também”, lembrou Al Hussein.

A ONU aproveitará a trégua para reforçar as operações humanitárias no país e dar assistência a cerca de 150 mil pessoas bloqueadas em cidades cercadas pelo regime ou pelos rebeldes. O coordenador para questões humanitárias da ONU na Síria, Yacoub el-Hillo, anunciou neste domingo (28)  que a organização prevê a entrega de ajuda humanitária a partir de hoje nas cidades rebeldes de Mouadamiyat al-Cham, na periferia de Damasco, tomada por forças de governo.

ONU espera autorização do regime sírio

As Nações Unidas também esperam a autorização do governo e outros grupos envolvidos no conflito para ajudar 1,7 milhão de pessoas que estão em zonas de difícil acesso. “As evacuações de feridos ou doentes devem ser incondicionais”, declarou o representante do Alto Comissariado. “A ONU pede a todas as partes que assegurem um acesso incondicional, livre e regular às 4,6 milhões de pessoas que vivem em locais sitiados em total a Síria”.

Paralelamente, a Organização Mundial de Saúde pediu hoje o acesso sem restrição para entregar medicamentos à população. “Infelizmente, muitos pedidos são recusados pelas autoridades sírias”, lembrou Elizabeth Hoff, representante da OMS no país. “Em 2015, a OMS fez 102 solicitações: 30 foram aprovadas e 72 ficaram sem resposta”, revelou.

Chanceler francês pede reunião sobre trégua

O ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Marc Ayrault, pediu nesta segunda-feira uma reunião do grupo encarregado de verificar a trégua na Síria em áreas tomadas pela oposição moderada. “Recebemos informações de que ataques, inclusive aéreos, continuam em áreas controladas pela oposição moderada”.

A trégua entrou em vigor na sexta-feira(26) à meia-noite e não envolve as operações contra os jihadistas do grupo Estado Islâmico e do Front al Nusra. O conflito na Síria já deixou mais de 270 mil mortos e milhões de deslocados e refugiados.

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