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Mianmar

Prêmio Nobel da Paz indica seu ex-motorista à presidência de Mianmar

A líder política Aung San Suu Kyi renunciou oficialmente nesta quinta-feira (10) sua ambição de ser presidente de Mianmar e apoiou a proposta de investir em um de seus colaboradores mais próximos durante os anos de oposição ao regime militar. O economista U Htin Kyaw é conhecido no país como o braço-direito da Nobel da Paz, para quem serviu muitas vezes de motorista.

Aung San Suu Kyi, à direita, em companhia de U Htin Kyaw, candidato da LND à eleição presidencial de Mianmar no fim deste mês.
Aung San Suu Kyi, à direita, em companhia de U Htin Kyaw, candidato da LND à eleição presidencial de Mianmar no fim deste mês. REUTERS/Soe Zeya Tun/Files
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A proposta de U Htin Kyaw para presidente foi feita pela Liga Nacional para a Democracia (LDN), o partido de Aung San Suu Kyi. O parlamento de Mianmar deve eleger no fim de março o sucessor do atual presidente, Thein Sein.

Muitos rumores correram no país sobre quem a Nobel da Paz poderia indicar. Todos sabiam, no entanto, que o escolhido seria um próximo da ex-presidente.

Apesar de ser constantemente classificado como "o motorista de Aung San Suu Kyi", Htin Kyaw é um economista e um intelectual reconhecido em Mianmar e é amigo de infância da opositora. Quando ela foi colocada em prisão domiciliar pelos militares do país, durante 15 anos, Htin Kyaw era um dos únicos autorizados a visitá-la. Nas poucas vezes em que ela pôde deixar sua residência, era o economista que a conduzia.

Ativista não pôde se candidatar à presidência

Eleita deputada em novembro, Suu Kyi, de 70 anos, não pode se candidatar à presidência devido a um artigo da Constituição herdada da junta militar, que exclui do cargo as pessoas que tenham filhos estrangeiros, como é o caso da popular dirigente, cujos dois filhos têm passaporte britânico. Mas seus partidários esperaram até o último minuto que a líder que encarna a resistência à junta proclamasse sua candidatura.

A LND, que em novembro obteve uma vitória esmagadora nas primeiras eleições livres realizadas em Mianmar em 25 anos, tentou em vão durante meses modificar a postura dos militares, que seguem tendo um enorme poder no país.

A Nobel da Paz emitiu um breve comunicado pouco depois do anúncio de que seu partido proporia o nome de Htin Kyaw. "Este é um passo importante para colocar em andamento os desejos e expectativas dos eleitores que, com entusiasmo, apoiaram a LND", indicou Suu Kyi no site de seu partido.

Especialistas apostam na eleição de Htin Kyaw

Segundo especialistas, como o historiador Thant Myint-U, há uma grande probabilidade que Htin Kyaw se eleja. Um dos motivos é que ele é reconhecido como uma "pessoa íntegra" no país. O apoio de Suu Kyi também deve pesar muito: a popularidade da opositora, filha do general Aung San, herói da independência assassinado em 1947, é alta entre os birmaneses.

As eleições também devem contar com um candidato apoiado pela Câmara Alta do parlamento. O mesmo é esperado por parte dos militares, que controlam um quarto da legislatura atual.

(Com informações da AFP)

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