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Proposta de ditador norte-coreano "é só propaganda"

O dirigente norte-coreano Kim Jong-Un foi nomeado nesta segunda-feira (9) presidente do Partido dos Trabalhadores da Coreia, durante o primeiro congresso do partido em quase 40 anos. O congresso do partido único de Kim Jong-Un tinha como objetivo consolidar a autoridade daquele que é chamado de líder supremo pelos coreanos.

O líder norte-coreano, Kim Jong Un, recebeu novo título nesta segunda-feira, o de presidente do Partido dos Trabalhadores da Coreia.
O líder norte-coreano, Kim Jong Un, recebeu novo título nesta segunda-feira, o de presidente do Partido dos Trabalhadores da Coreia. Kyodo/via REUTERS
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O anúncio marcou a primeira vez em que jornalistas estrangeiros foram autorizados a entrar no local, decorado com bandeiras vermelhas e douradas com o emblema do partido. Os delegados, muitos deles de uniforme, aplaudiram o novo título, anunciado em um discurso do chefe de Estado da Coreia do Norte, Kim Yong-Nam, cujo cargo é basicamente honorário.

O encontro ratificou o princípio político segundo o qual Pyongyang só utilizará as armas nucleares no caso de sua soberania ser ameaçada por outra potência nuclear. No entanto, milhares de delegados aprovaram no domingo (8) "impulsionar a força nuclear de autodefesa, tanto em qualidade como em quantidade", afirmou a agência oficial de notícias KCNA.

Durante um discurso longo, de três horas, no sábado no congresso, Kim Jong-un disse que o país deseja melhorar suas relações com os "anteriormente países hostis" e propor um diálogo militar com a Coreia do Sul para reduzir a tensão na fronteira.  "Mas se as autoridades sul-coreanas optarem por uma guerra (...), nós nos engajaremos em uma guerra justa para eliminar sem piedade as forças opostas à reunificação", destacou o documento divulgado pela agência oficial coreana.

A assembleia política, iniciada na sexta-feira (6), é considerada a consagração do líder norte-coreano de 33 anos e a confirmação da estratégia "byungjin", de desenvolvimento paralelo da economia e dos programas nucleares.

Críticas dos vizinhos

No entanto, a Coreia do Sul rejeitou as propostas, incluindo a votação para trabalhar pela desnuclearização mundial, algo que chamou de "ato de propaganda". "Não há sinceridade nenhuma quando fala da necessidade de diálogos militares, ao mesmo tempo em que se autoproclama um Estado com armas nucleares e faz provocações nucleares e balísticas", disse o porta-voz do ministério da Defesa sul-coreano, Moon Sang-gyun. Moon disse ainda que a assembleia política norte-coreana serve apenas para reafirmar a vontade de Kim Jong-Un de desenvolver seu arsenal nuclear e que pretende reagir com pressões e sanções.

A China, único aliado importante da Coreia do Norte, também minimizou as promessas do regime. "Enquanto Pyongyang resistir a renunciar a suas armas nucleares, a normalização das relações com o mundo exterior será muito pouco provável", afirma o jornal chinês Global Times em um editorial.

Reação da comunidade internacional

A comunidade internacional adotou uma série de sanções contra a Coreia do Norte depois do primeiro teste com uma bomba atômica, em 2006. O mais recente aconteceu em janeiro e o líder norte-coreano o apresentou como um experimento com uma bomba de hidrogênio. Desde então, o regime executou mais três testes e vários disparos de mísseis. As especulações sobre a possibilidade de um quinto teste nuclear norte-coreano durante o congresso, que deve durar três ou quatro dias, aumentaram nas últimas semanas.

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