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Coreia do Norte descarta retomada de negociações sobre programa nuclear

A Coreia do Norte não tem a intenção de retomar as negociações sobre seu programa nuclear, indicou em Pequim uma diplomata norte-coreana, apesar dos pedidos neste sentido da China, principal aliado norte-coreano.

O líder norte-coreano, Kim Jong-un
O líder norte-coreano, Kim Jong-un KCNA/via Reuters
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"No momento, não temos a intenção de participar em negociações", afirmou Choe Son-Hui, diretora geral adjunta do departamento de assuntos norte-americanos do ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte.

O governo de Pyongyang abandonou em 2009 as negociações multilaterais que tinham como objetivo levar a Coreia do Norte a abandonar seu programa nuclear. Pouco depois, o país realizou seu segundo teste atômico.
As negociações contavam com a presença da China, Coreia do Sul, Estados Unidos, Rússia e Japão.

Choe viajou a Pequim para participar em um fórum anual sobre segurança que reúne representantes dos seis países

"Em um contexto no qual os Estados Unidos mantêm sua política hostil, a Coreia do Norte não pode negociar a desnuclearização da península coreana", disse a diplomata.

Testes com mísseis

A Coreia do Norte lançou na quarta-feira (22) dois mísseis de médio alcance, que atingiram cerca de 400 quilômetros de distância e 1.000 de altitude, de acordo com autoridades norte-americanas.

Os dois mísseis Musudan têm capacidade, em princípio, para atingir as bases americanas da ilha de Guam, no Pacífico.

O primeiro foi lançado pouco antes das 6h, atingindo pouco mais de 150 quilômetros em cima do mar do Japão. O segundo foi mais longe, segundo analistas japoneses, o que preocupa a comunidade internacional.

A trajetória foi calculada para evitar qualquer violação do espaço aéreo japonês. O Musudan teria um alcance de 2.500 a 4.000 quilômetros.

Para Melissa Hanham, especialista em armas de destruição massiva norte-coreanas do Instituto Middlebury, na Califórnia, os dois tiros são um progresso “preocupante”.

De acordo com ela, “o segundo foi um sucesso. Os testes são repetições e uma lição é tirada de cada lançamento”, diz. Para o porta-voz do departamento de Estado americano, John Kirby, os tiros “só vão acelerar os esforços da comunidade internacional para colocar um fim no programa de armamentos ilegal de Pyongyang.” A ONU proíbe a Coreia do Norte de desenvolver programas nucleares ou balísticos.

Testes são "intoleráveis", diz primeiro-ministro japonês

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, também declarou que esse tipo de teste era “intolerável”. Já o ministro japonês da Defesa, Gen Nakatani, disse que "a ameaça contra o Japão se intensifica".

O Ministério sul-coreano das Relações Exteriores ameaçou aumentar as sanções contra o vizinho, denunciando a hipocrisia da recente proposta norte-coreana de diálogo com Seul.

A China, aliada de Pyongyang, alertou contra qualquer ação que pudesse resultar em um aumento da tensão e pediu a retomada do diálogo sobre o programa nuclear norte-coreano, que já é alvo de várias sanções da ONU.
 

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