Arábia Saudita nega responsabilidade na morte de crianças iemenitas
A coalizão árabe dirigida pela Arábia Saudita, que apoia o governo local no conflito do Iêmen, negou neste domingo (14) ter bombardeado uma escola no norte do país e garantiu que o ataque no sábado (13) teve como alvo um campo de treinamento dos rebeldes xiitas huthis.
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A organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) afirmou neste domingo (14) que 10 crianças morreram e outras 28 ficaram feridas em ataques aéreos contra uma escola corânica de Haydan, na província setentrional de Saada, controlada pelos rebeldes huthis. A Unicef confirmou este bombardeio aéreo, ao mesmo tempo em que exortou os dois grupos a não atacar crianças.
No entanto, a coalizão árabe, dirigida pela Arábia Saudita, afirmou que o alvo do ataque teria sido um campo de treinamento, onde os rebeldes formam, segundo eles, um exército de crianças- soldado.
"Utilizam as crianças como recrutas", declarou à agência AFP o general saudita Ahmed Al Asiri, desmentindo que uma escola fosse o alvo da coalizão árabe. Segundo ele, o ataque aéreo matou o responsável do campo e um número indeterminado de rebeldes xiitas huthis.
"Nossa pergunta é a seguinte: O que crianças faziam ali?", questionou o general saudita, que acusa os rebeldes de "recrutar crianças e de utilizá-las como exploradores, guardas, mensageiros e combatentes".
Os xiitas huthis, provenientes do norte do Iêmen e aliados do ex-presidente Ali Abdullah Saleh, se ergueram contra o poder do presidente Abd Rabo Mansur Hadi em 2014 e conquistaram amplos setores do país, entre eles a capital, Sanaa.
Em março de 2015, a monarquia sunita da Arábia Saudita - que acusa os huthis de ter vínculos com seus rivais xiitas no Irã-, liderou uma coalizão militar árabe, cujo objetivo é frear o avanços dos rebeldes por meio de bombardeios aéreos. Desde então, o conflito já deixou mais de 6,4 mil mortos e 30 mil feridos, entre eles muitos civis.
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