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Turquia

Com assassinatos e parada proibida, gays da Turquia vivem momento difícil

Os assassinatos particularmente violentos de uma transgênero e de um homossexual no intervalo de poucas semanas chocaram a comunidade LGBT da Turquia. As mortes ocorreram neste mês, em Istambul, cidade que há muito tempo simboliza uma certa tolerância no país a lésbicas, gays, bissexuais e trans, mas que há dois anos proíbe inclusive a Parada do Orgulho Gay.

Duas mulheres observam a polícia dispersar a Parada Gay em Istambul.
Duas mulheres observam a polícia dispersar a Parada Gay em Istambul. OZAN KOSE / AFP
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Alexandre Billette, correspondente da RFI em Istambul

Primeiro foi o corpo de um homem jovem, Mohammad Wissam Sankari, que foi encontrado em pleno centro da cidade. Refugiado sírio, ele pretendia deixar a Turquia rumo à Europa, porque temia por sua segurança enquanto homossexual em Istambul. Ele estava desaparecido desde o fim de julho. Seu corpo foi encontrado mutilado, em uma rua próxima ao bairro turístico de Sultanahmet.

Alguns dias depois, uma mulher de 22 anos, Hande Kader, uma prostituta transgênero, foi encontrada morta no norte da cidade. Ela ficou conhecida em junho do ano passado, ao aparecer na mídia resistindo pacificamente a policiais que tentavam reprimir a Parada Gay de Istambul. Ela havia sido vista pela ultima vez no início de agosto, entrando no carro de um cliente. Seu corpo também estava mutilado, além de queimado.

Parada Gay reprimida há dois anos

O ambiente é bastante pesado para a comunidade gay na Turquia, onde é possível perceber uma mudança clara nos últimos anos na questão dos direitos das minorias sexuais. É o que dizem todas as associações e organizações que representam estes grupos. A Parada do Orgulho Gay de Istambul transcorreu desde 2003 sem maiores problemas, mas foi proibida nos últimos dois anos.

Em 2015, foi anulada apenas algumas horas antes de seu início. Neste ano, foi proibida com bastante antecedência. Oficialmente, por razões de segurança. Mas grupos conservadores e nacionalistas pediram a anulação porque a manifestação ocorreria durante o Ramadan, a celebração muçulmana.

As entidades LGBT denunciam um aumento do número de casos de violência homofóbica. Hande Kader foi a vigésima pessoa transgênero assassinada na Turquia em cinco anos. Também há uma alta nos suicídios ou de tentativas entre jovens homossexuais e transexuais. As associações também registram cada vez mais casos de jovens LGBT que decidem partir para viver na Europa.

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