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Redes Sociais

Facebook aceita censurar conteúdos que Israel considera "terrorista"

Como lutar contra os conteúdos que incitem a violência na internet? A questão é crucial para muitos governos atualmente, mas poucos tiveram a audácia de Israel. Recentemente, foi apresentado ao parlamento do país um projeto de lei para censurar conteúdos online que incitem o "terrorismo" - uma proposta que, inicialmente, encontrou resistência principalmente por parte do gigante das redes sociais, o Facebook. Na segunda-feira (12), representantes do governo israelense e da plataforma se reuniram para discutir o assunto. Ao que tudo indica, Tel Aviv conseguiu dobrar a empresa.

Segundo Israel, o Facebook aceitou 95% dos pedidos de remoção de conteúdos que incitam o "terrorismo" no país.
Segundo Israel, o Facebook aceitou 95% dos pedidos de remoção de conteúdos que incitam o "terrorismo" no país. Pixabay
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A reunião entre representantes do governo israelense e da plataforma parece ter convencido a plataforma, alvo de pressão de Tel Aviv há meses. Em comunicado, o Facebook publicou que "o extremismo online só pode ser vencido com uma parceria forte entre a polícia, a sociedade e as empresas". Isso vale tanto para Israel, como "para o resto do mundo", agrega o documento.

Para a plataforma, a reunião foi "construtiva", mas não foram revelados detalhes sobre as decisões finais sobre os conteúdos. Segundo o Facebook, "é necessário deixar claro que não há espaço para a promoção do terrorismo" no site da gigante da internet.

Estímulo ao terrorismo

Com a onda de ataques à faca e a retomada das violências entre palestinos e israelenses, no ano passado, Tel Aviv começou a se preocupar com o impacto dos textos e vídeos publicados nas redes sociais, estimulando a violência, ou "ao terrorismo", como classifica Israel. O país chegou a pedir que o Facebook eliminasse publicações que contivessem palavras como "intifada", "ataque à faca", "nazista" ou "shahid", que significa mártir, em árabe. As polêmicas publicações dizem especialmente respeito aos usuários palestinos.

O Facebook cedeu a alguns pedidos, mas sem deixar de obedecer suas próprias regras, que, segundo a plataforma, visam proteger a liberdade de expressão. A recusa foi classificada por Israel como "uma sabotagem ao trabalho da polícia" do país.

Projeto de lei

Segundo o ministro de Segurança Pública do país, Gilad Erdan, inicialmente, a rede social "não demonstrou vontade de retirar os conteúdos que incitam o terrorismo". Por isso, para ele, o projeto de lei para censurar publicações na internet responde a uma necessidade.

O texto prevê que a justiça do país possa exigir do gigante americano a retirada de alguns posts da plataforma, sem que haja passagem pelos tribunais e sem chances que o Facebook possa responder às acusações. Para a ministra israelense da Justiça, Ayelet Shaked, a proposta "é uma ferramenta de uma democracia que se defende".

Ontem, depois da reunião, Shaked divulgou que, nos últimos quatro meses, foram feitos 158 pedidos de remoção de conteúdo considerado violento ao Facebook. 95% dos pedidos foram aceitos pela plataforma.

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