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Coreia do Norte/Nuclear

Jornal francês chama líder norte-coreano de “herdeiro de uma dinastia atômica”

O jornal Le Figaro desta segunda-feira (3) traz uma reportagem especial com um perfil do líder norte-coreano Kim Jong-un, apresentado como um "herdeiro turbulento de uma dinastia que aposta no arsenal atômico".

Perfil do líder norte-coreano Kim Jong-un no jornal Le Figaro desta segunda-feira, 03 de outubro de 2016.
Perfil do líder norte-coreano Kim Jong-un no jornal Le Figaro desta segunda-feira, 03 de outubro de 2016. KCNA/Files via Reuters
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O chamado "líder supremo" faz parte da tradição de uma família que sustenta seu poder com base em armas nucleares e no culto do segredo, diz o jornal.

“Washington, Pequim, Moscou e até Paris olham incrédulos e impotentes para o líder de uma das nações mais pobres do mundo bater às portas de um seleto clube de países detentores de armas atômicas”, segue o texto. O regime de Pyongyang, que mantém 23 milhões de moradores isolados do mundo, sem acesso à internet e impedidos de se comunicar com o resto do mundo, possui um trunfo na sua corrida à dissuasão nuclear: o cultivo do segredo.

Apesar da globalização e da espionagem sofisticada, a CIA ainda busca desvendar os mistérios que os norte-coreanos conseguem, aparentemente, esconder tão bem. Especialistas ouvidos pelo Le Figaro, indicam que, no caso da Coreia do Norte, a busca pela bomba atômica “funciona como uma arma identitária”. Ao manter suas ambições nucleares, Jong-un busca legitimar seu poder e mostra que protege a nação.

Busca pelo poder de ataque

O jornal francês lembra que Jong-un, terceiro da dinastia Kim a assumir o poder na Coreia do Norte e criado na Suíça, já comandou este ano dois testes nucleares e 22 de mísseis, sendo alguns deles disparados de submarinos.

Isso, acrescenta o jornal, sem esquecer do envio ao espaço de satélites de comunicação, graças a um foguete parecido com um míssil intercontinental. Mesmo com as falhas observadas na comunicação com a Terra, a experiência ilustra a determinação do clã Kim em atingir seu grande objetivo: adquirir a capacidade de realizar ataques com armas atômicas.

O jornal cita as mais recentes pesquisas no desenvolvimento da tecnologia nuclear, mas afirma que Pyongyang ainda “está longe de possuir uma capacidade de ataque com credibilidade”. Os especialistas, aponta a reportagem, consideram que os norte-coreanos ainda precisam resolver uma dificuldade crucial: a “entrada na atmosfera do míssil”.

Obama fracassou

O jornal francês também afirma que Barack Obama deixará a Casa Branca sem ter realizado seu grande objetivo de entregar ao fim de seu mandato um mundo “sem armas nucleares”. Até o momento, as sanções orquestradas por Washington foram ineficazes, escreve Le Figaro. O próximo presidente americano terá a difícil missão de “dobrar” o ditador que já virou uma estrela de Hollywood.

Segundo o jornal francês, as chances do programa nuclear norte-coreano desencadear em uma guerra na região nordeste da Ásia são ínfimas. Um ataque seria praticamente suicida diante de uma reação dos Estados Unidos seria potencialmente devastadora para o país.

O perigo, segundo o diário, está em um eventual erro nos testes dos mísseis. Eles poderiam atingir alvos vizinhos e provocar um desequilíbrio geoestratégico na Ásia.
 

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