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TPI

Após países africanos e Rússia, Filipinas ameaçam deixar TPI

O presidente filipino, Rodrigo Duterte, ameaçou nesta quinta-feira (17) seguir os passos do Burundi, Gâmbia, África do Sul e Rússia e retirar seu país do Tribunal Penal Internacional (TPI). Manila é frequentemente criticada pela sangrenta guerra que empreende contra o tráfico de drogas.

O presidente Rodrigo Duterte classificou o TPI de organização de "sem-vergonhas" nesta quinta-feira (17).
O presidente Rodrigo Duterte classificou o TPI de organização de "sem-vergonhas" nesta quinta-feira (17). REUTERS/Lean Daval Jr
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Em coletiva de imprensa, Duterte declarou que pretende seguir o exemplo da Rússia, que na quarta-feira (16) anunciou sua intenção de deixar o tribunal que julga genocícios, crimes de guerra e contra a humanidade. "Eles [os russos] talvez tenham avaliado que o TPI é inútil, então vão se retirar. Talvez eu vá imitá-los. Por quê? Porque esses tiranos sem-vergonhas só perseguem pequenos países como o nosso", disse.

Além da Rússia, outros três países africanos anunciaram sua intenção de deixar o TPI. Eles alegam das dez investigações lançadas desde o início das operações do TPI, em 2002, nove diziam respeito a crimes cometidos na África. Nenhum país ocidental foi alvo do tribunal até hoje.

No mês passado, a procuradora-geral do TPI, Fatou Bensouda, declarou que estava "profundamente preocupada" pelos assassinatos relativos à luta contra o tráfico de drogas nas Filipinas. A avaliação foi considerada como uma "ameaça" por Duterte. Ele prometeu retaliações contra quem quiser condená-lo.

Promessa de campanha

A promessa de Duterte de matar milhares de criminosos no combate ao tráfico foi fundamental para sua eleição, em maio. Segundo estatísticas oficiais, apenas neste ano, cerca de 1,8 mil suspeitos foram assassinados no país pela polícia, enquanto a morte de outros 2,6 mil filipinos segue sem explicação.

A estratégia para combater o tráfico de drogas de Duterte também foi alvo de críticas da ONU e dos Estados Unidos, um grande aliado militar de Manila. O presidente filipino reagiu, qualificando o presidente americano, Barack Obama, de "filho da mãe" e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, de "imbecil".

Duterte também ameaçou se retirar do grupo de países que compõem as Nações Unidas. Segundo eles, a ONU é culpada pela morte de "milhares de crianças e mulheres" em guerras. "Se a China e a Rússia decidirem criar uma nova ordem, serei o primeiro a me unir a eles", afirmou o presidente filipino.

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