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Conferência de Paris marca posição sobre Oriente Médio antes de Trump assumir

Neste domingo (15), em Paris,a Conferência pela Paz no Oriente Médio terminou com um claro posicionamente de parte da comunidade internacional a favor da criação de dois Estados, a única saída para o conflito histórico. O premiê israelense considerou a conferência "uma farsa".

Os participantes da Conferência de Paris posam no encerramento do encontro em 15 de janeiro de 2017.
Os participantes da Conferência de Paris posam no encerramento do encontro em 15 de janeiro de 2017. REUTERS/Bertrand Guay/
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Sem ambição de uma proposta final, a Conferência pela Paz no Oriente Médio, se encerrou neste domingo (15), com uma mensagem de 70 países e ONGs internacionais ao presidente americano eleito Donald Trump, cuja posição pró-Israel é sem ambiguidade: a proposta da criação de dois Estados pode solucionar a crise histórica e reabrir o diálogo interrompido entre as partes.

No encerramento do encontro*, o presidente François Hollande declarou que "a solução de dois Estados não é o sonho de um sistema que ficou para trás. É ainda e sempre o objetivo da comunidade internacional". Hollande também esclareceu que não existe a intenção de ditar regras aos dois lados. "Somente as negociações diretas entre israelenses e palestinos podem conduzir à paz, ninguém poderá fazer isso no seu lugar", concluiu o presidente.

Jerusalém, o pomo da discórdia entre israelenses e palestinos

Durante a sua campanha eleitoral, Trump anunciou a intenção de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel e transferir a embaixada para lá, o que contraria todo o esforço histórico americano e internacional para a resolução da crise, já que o estatuto de Jerusalém é o centro da discórdia entre as duas partes, pois os palestinos também querem que a cidade seja a capital do seu futuro Estado.

Na abertura do evento, o ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Marc Ayrault, lembrou que a transferência da embaixada americana para Jerusalém pode ter graves consequências e que não é o momento de parar com os esforços. éA urgência continua, com as partes afastadas em uma relação de desconfiança que é particularmente perigosa. "Ninguém está livre de uma nova explosão de violência", alertou.

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, que vem se dedicando particularmente nos últimos meses a obter uma retomada do diálogo, fez questão de vir a Paris para marcar o posicionamento do governo Obama, totalmente contrário ao do próximo presidente. Recentemente, em um discurso em forma de testamento político, Kerry denunciou novamente a colonização israelense nos territórios ocupados e reiterou os parâmetros de referência para a solução do conflito.

"Uma farsa", diz Netanyahou sobre Conferência de Paris

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahou considerou a conferência "uma impostura" e uma ingerência na política de Israel.

Cerca de mil pessoas protestaram contra a conferência em Paris a chamado do CRIF - o Conselho representativo das instituições judaicas da França. Os manifestantes denunciaram a realização do encontro sem a presença das partes envolvidas e o questionamento dos direitos de Israel.

* Na foto, a partir da esquerda, o embaixador da Rússia na França, Alexander Orlov, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, o presidente François Hollande, o ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Marc Ayrault, a Alta representante da União Europeia para a Política Externa e de Segurança, Federica Mogherini, e o secretário de Estado francês para Assuntos Europeus, Harlem Desir.

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