Polícia da Malásia prende suspeita de matar Kim Jong-Nam
A polícia da Malásia anunciou nesta quarta-feira (15) a prisão de uma mulher com um passaporte vietnamita, suspeita de ter participado do assassinato do meio-irmão do líder norte-coreano Kim Jong-Un, Kim Jong-Nam. Ele teria sido envenenado no aeroporto de Kuala Lampur.
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A mulher, detida no aeroporto, foi identificada graça às imagens das câmeras de segurança e estava sozinha no momento da prisão, de acordo com a polícia da Malásia. Vários veículos do país já haviam transmitido imagens de uma jovem usando uma camiseta branca, com a palavra “LOL”. Nos documentos apresentados à polícia, o nome da jovem é Doan Thi Huong, nascida em 1998 no Vietnã.
Kim Jong-Nam, que estava embarcando para Macao, foi atacado nesta segunda-feira (13) no hall de embarque. O autor do crime segurou sua cabeça e espirrou líquido em seu rosto. Ele pediu ajuda e em seguida desmaiou. Sua morte por parada cardíaca, aconteceu durante a transferência para o hospital, declarou a polícia da Malásia. A polícia ainda está fazendo a autópsia do corpo do meio-irmão do líder norte-coreano.
De acordo com parlamentares sul-coreanos, Kim Jong-Nan beneficiava da proteção de Pequim e vivia exilado em Macao com sua segunda mulher. Filho de King Jong II com uma atriz, ele seria o primeiro na linha da sucessão, mas caiu em desgraça depois de ser preso em 2001 com um passaporte falso da República Dominicana. Ele disse na época que queria visitar a Disneylândia.
Depois do incidente, ele se exilou com sua família em Macao, Cingapura e China. No fim do reinado de seu pai, Kim Jong-Nam deu declarações sobre a incapacidade de seu meio-irmão em governar o país, quando ele chegou ao poder em 2011. No final de 2012, ele escreveu para Kim Jong-Un implorando que sua vida, e a de sua família, fossem poupadas.
Morte só pode ter sido ordem de Kim Jong-Un, diz pesquisador sul-coreano
Para o pesquisador Cheong Seong-Jang, do Instituto Sejong, de Seul, é impensável que uma morte como essa possa ter sido cometida sem uma ordem direta do líder norte-coreano. A morte foi motivada pela intenção de Jong-Nam de pedir asilo na Europa ou Estados Unidos.
“Se for confirmado o envolvimento do regime norte-coreano na morte de Kim Jong-Nam, isso ilustrará a brutalidade e a falta de humanidade do regime de Kim Jong-Un”, disse o primeiro-ministro sul-coreano, Hwang Kyo-ahn, durante uma coletiva de imprensa.
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