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França não quer de volta seus combatentes jihadistas presos no Iraque e Síria

O jornal Le Monde datado de 22 de fevereiro investiga o destino dos jovens franceses que deixaram o país em direção da Síria e Iraque com o objetivo de integrar o grupo Estado Islâmico. Muitos são mortos, mas muitos também são presos e o governo francês tenta evitar que sejam extraditados ou mandados de volta.

Jihadista ergue uma bandeira do grupo Estado Islâmico perto da fronteira do Iraque com a Síria
Jihadista ergue uma bandeira do grupo Estado Islâmico perto da fronteira do Iraque com a Síria Albaraka News/AFP
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À medida que o grupo Estado Islâmico vai recuando com os ataques das forças governamentais sírias e iraquianas, aumenta o número de franceses combatentes que são capturados, muitos deles com suas famílias. Hoje, cerca de 680 cidadãos franceses estão no Iraque e na Síria, dos quais, 275 mulheres; 230 foram mortos.

Le Monde indaga o que o governo francês reserva a esses combatentes quando são capturados ou se rendem às diversas forças que agem contra os jihadistas. E a resposta é mais do que difusa: não existe um plano estruturado para administrar o problema, que embaraça as autoridades. A começar pelo próprio presidente François Hollande, que, segundo fontes do jornal, teria optado por uma linha bem clara: que não haja prisioneiros ou que haja o mínimo possível. Em outras palavras, o ideal é que eles, traidores da pátria, sejam eliminados nas ações contra os terroristas.

O ministério das Relações Exteriores francês alega que está pronto para assumir a proteção consular mínima no Iraque, mas não pode fazer o mesmo em território sírio. Já no ministério da Justiça, o setor encarregado da política penal para o terrorismo declarou que o foco é processar todas as pessoas que venham dos territórios sírio e iraquiano. "Mas se elas estiverem detidas por outras forças armadas, não é mais da nossa responsabilidade", cita o porta-voz da chancelaria francesa.

Os franceses do grupo EI são nossos amigos, diz ministro da Defesa

O ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian, declarou no dia 12 de janeiro, diante de deputados, que "tenham ou não direito ao estatuto protetor de prisioneiros de guerra, os franceses que se juntaram ao grupo Estado Islâmico são nossos inimigos e sabiam em que estavam se envolvendo", cita Le Monde.

O Iraque é um aliado da França mas não tem tratado de extradição. A preocupação do governo francês, no entanto, aponta o jornal, não é com os jihadistas convertidos, mas com seus filhos menores de idade, que deveriam ser trazidos de volta e colocados em terapias para abandonar o radicalismo ou superar o trauma.

Já na Síria, as diversas formações presentes nas áreas de combate (Exército Livre da Síria, islamitas não-jihadistas, curdos) não obedecem a nenhuma autoridade de estado. Conclusão: o jeito é negociar caso por caso, analisa Le Monde, lembrando que a situação é mais grave porque o país é inimigo da França."Repatriar famílias não será simples, pois Paris interrompeu as relações diplomáticas com Damasco", conclui a reportagem.

 

 

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