Seul diz que membros do regime norte-coreano mataram Kim Jong-nam
O assassinato de Kim Jong-nam, meio-irmão do ditador norte-coreano Kim Jong-un foi planejado por membros do governo da Coreia do Norte. A declaração foi feita nesta segunda-feira (27) por parlamantares sul-coreanos que afirmam ter contato com os serviços secretos de Pyongyang.
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De acordo com o governo sul-coreano, dos oito norte-coreanos suspeitos do assassinato de Kim Jong-nam, seis são funcionários do ministério da Segurança de Estado e dois do ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte. A polícia da Malásia também confirmou a informação e indicou que um dos suspeitos, membro da embaixada da Coreia do Norte em Kuala Lumpur, ainda está na capital malaia.
"É por esta razão que esse é um caso de terrorismo de Estado, diretamente organizado pelos dois ministérios", denunciou o deputado sul-coreano Lee Cheol-woo nesta segunda-feira.
Envenenado com arma química
Kim Jong-Nam foi morto no dia 13 de fevereiro no aeroporto de Kuala Lumpur, após ser atacado por duas mulheres e atingido por um potente agente químico, o VX. A substância é considerada pela ONU como uma arma de destruição de massa. As duas suspeitas, uma indonésia e uma vietnamita, foram filmadas pelas câmeras do aeroporto. Presas pelas autoridades malaias, elas alegam que pensavam estar participando de um programa de "pegadinhas" na televisão.
Segundo o governo da Coreia do Sul, três equipes foram formadas para executar o assassinato de Kim Jong-nam. Entre eles, duas pessoas estavam encarregadas de recrutar as mulheres no Vietnã e na Indonésia, além de organizar a ida delas à Malásia para matar o norte-coreano.
A Coreia do Sul e os Estados Unidos acusam, desde o começo, o governo norte-coreano estar por trás do assassinato. Já o regime norte-coreano acusa a Malásia de ser responsável pelo assassinato.
Vergonha nacional
Kim Jong-nam já foi considerado o provável herdeiro da Coreia do Norte, mas foi deserdado por seu pai, Kim Jong-Il, após uma tentativa frustrada, em 2001, de entrar no Japão com um passaporte falso para visitar a Disneylândia. Desde então, considerado como "uma vergonha nacional" pelo regime norte-coreano, viveu no exílio, principalmente no território chinês de Macau.
Kim Jong-un assumiu o poder como líder norte-coreano após a morte de seu pai, em dezembro de 2011. Ambos tinham uma relação complicada devido às críticas que Kim Jong-nam fazia ao governo do meio-irmão. Em várias ocasiões, o norte-coreano denunciou que foi alvo de tentativas de assassinato.
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