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Mercado de trabalho é tema de encontro na ONU sobre direitos da mulher

Durante duas semanas, o 61° encontro anual da Comissão sobre o Estatuto da Mulher das Nações Unidas vai debater o panorama atual do mercado de trabalho. Pesquisa no Brasil aponta que 32% dos homens acham que mulheres deveriam ficar em casa sem nenhuma atividade profissional.

O encontro anual da ONU estuda políticas que possam fazer as mulheres evoluírem e terem direitos no mundo do trabalho
O encontro anual da ONU estuda políticas que possam fazer as mulheres evoluírem e terem direitos no mundo do trabalho © 2017 Pixabay
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Os direitos e a autonomia econômica das mulheres em um mundo do trabalho em evolução constante. Este é o tema central do maior fórum de Estados-membros da ONU e de diversos atores internacionais, que começou nesta segunda-feira (13), em Nova York, presidido pelo embaixador brasileiro, Antonio Patriota. O objetivo é debater direitos e autonomia das mulheres, achar conclusões comuns e recomendá-las para adoções de políticas.

Este encontro acontece em um momento chave, visando a implantação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Suntentável ganhando impulso, e com o mundo do trabalho em plena e rápida transformação. Para a ONU, esse cenário traz desafios e oportunidades para a autonomia econômica das mulheres e para a justiça econômica.

Entre os temas que serão discutidos até o dia 24 de março, estão o trabalho não remunerado, as diferenças salariais, os desafios da economia informal e as oportunidades criadas pela economia verde e novas tecnologias.

Brasileiros ainda precisam evoluir sobre o trabalho feminino

Em entrevista à ONU News, em Nova Iorque, o diretor do Escritório da Organização Internacional do Trabalho, OIT, Vinícius Pinheiro, falou sobre a pesquisa feita pela agência e o Gallup, mostrando detalhes sobre a mulher no mercado de trabalho. "Em relação ao Brasil, por exemplo, se você pergunta às mulheres se elas querem trabalhar ou ficar em casa, em geral, cerca de 72% das mulheres dizem que preferem um trabalho remunerado a ficar em casa. Dentro desse total, se você pergunta se elas querem ficar em casa e trabalhar ao mesmo tempo, ou seja, trabalhar e ao mesmo tempo lidar com as atividades familiares, cerca de 28% delas dizem que sim e 26% dizem só querem trabalhar e não cuidar das atividades familiares. Se você perguntar aos homens se eles querem que as mulheres trabalhem, 66% dizem que sim e 32% dizem que as mulheres não deveriam trabalhar e deveriam ficar somente em casa."

Inovação e discriminação

A ONU Mulheres menciona que embora o mercado de trabalho atual esteja cada vez mais moldado por inovação, globalização e mobilidade humana, ele também é altamente impactado por "persistente discriminação com base em gênero, informalidade crescente e desigualdade na renda".

Segundo a agência, apenas 49,6% das mulheres em idade produtiva estão no mercado de trabalho em comparação a 76% dos homens. Quanto aos salários, são 2,5 vezes mais baixos.

(Informações de Laura Gelbert Delgado, da Rádio ONU, em Nova Iorque)

 

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