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Ciência

Pesquisadores se manifestam pelo mundo em defesa da ciência

 Milhares de cientistas foram às ruas neste sábado em várias cidades do mundo em defesa da pesquisa científica, que consideram essencial para o progresso da humanidade. Uma das principais manifestações acontece em Washington, onde os participantes contestam as declarações recentes do presidente norte-americano, Donald Trump.

Milhares de pessoas marcham em direção ao Capitólio, em Washington, em protesto pela defesa da ciência.
Milhares de pessoas marcham em direção ao Capitólio, em Washington, em protesto pela defesa da ciência. REUTERS/Aaron P. Bernstein
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Na esteira de um grande número de marchas pela ciência no mundo todo, cerca de mil pessoas começaram a se reunir neste sábado (22) pela manhã, na capital dos Estados Unidos. Após os discursos de mais de 60 cientistas, entre eles Nancy Roman, responsável pelos programas de astronomia da Nasa, a marcha avançou em direção ao Capitólio, sede do Congresso americano.

Mais de 600 marchas estão previstas no mundo todo. Já foram realizados eventos similares em Londres, Paris, Gana, Nova Zelândia e Austrália.

A ideia da manifestação pela ciência nasceu no dia seguinte da posse de Trump, quando foram organizadas em todos os Estados Unidos e em outros países marchas das mulheres em defesa dos direitos cívicos, que mobilizaram mais de dois milhões de pessoas.

"Estou preocupada com a retórica anticiência dessa administração e com sua falta de conhecimento científico", diz à AFP a bioquímica Kathy Ellwood, que se dirigia à grande esplanada do National Mall. Eles têm de entender que os fatos científicos são apolíticos, e escutar os seus cientistas", acrescenta.

Se esse presidente (Donald Trump) puder impor suas decisões, a ciência estará em perigo", opina a bióloga aposentada Elisabeth Johnston, de 71 anos. "Mas acredito que haverá muita resistência no Congresso", completa.

Kara Lukin, de 45 anos, professora de imunologia da Universidade Western Governors, que viajou de Denver (Colorado, centro) a Washington com a filha de seis anos, espera "que esta marcha represente o início de uma mudança nos Estados Unidos, onde a ciência e a educação foram desvalorizadas nos últimos anos".

Os cientistas ecoam as afirmações de Rush Holt, presidente da Associação Americana pelo Avanço da Ciência (AAAS), a maior organização científica do mundo, com 120 mil membros. Na quinta-feira (20), Holt disse que "os pesquisadores percebem cada vez mais que os fatos científicos são ignorados com frequência nos debates públicos e substituídos por opiniões e crenças ideológicas".

Esse fenômeno apareceu há várias décadas e se agravou recentemente, segundo esse cientista nuclear, antigo membro da Câmara de Representantes, que aponta que o orçamento geral de pesquisa representa hoje menos da metade que o dos anos 1960, em porcentagem do Produto Interno Bruto (PIB). A marcha deste domingo é apoiada por mais de 220 organizações científicas e institutos de pesquisa do mundo todo.

(Com informações da AFP)

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