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Síria

Gigante franco-suíça da construção fazia acordos com grupos armados na Síria

Eric Olsen, conselheiro delegado da gigante franco-suíça do setor de materiais de construção LafargeHolcim, deixará o cargo em 15 de julho, após uma investigação interna sobre os acordos da empresa com extremistas na Síria, como o grupo Estado Islâmico, para manter em funcionamento uma fábrica no país em guerra.

A cimenteira LafargeHolcim é acusada de ter feito acordos com grupos armados na Síria.
A cimenteira LafargeHolcim é acusada de ter feito acordos com grupos armados na Síria. Reuters/ Benoit Tessier
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O Conselho de Administração aceitou o pedido de demissão depois de concluir, após uma investigação interna, que o executivo franco-americano, designado em 2015 para comandar a fusão da francesa Lafarge com a suíça Holcim, "não é responsável, nem estava a par" da situação na Síria.

A empresa, objeto de uma investigação preliminar na França, determinou uma investigação interna que concluiu que medidas "inaceitáveis" foram tomadas para permitir a continuidade do funcionamento de uma fábrica na Síria. A LafargeHolcim admitiu erros "significativos" e afirmou que o código de ética da empresa não foi respeitado.

"Minha decisão está guiada pela convicção de que ajudará a acalmar as fortes tensões recentes sobre a questão da Síria", disse Olsen.

Acordos para seguir funcionando

A empresa é objeto de vários processos, incluindo um do ministério da Economia da França, mas também de ONGs, relacionados a acordos de 2013 e 2014 com grupos armados para manter em atividade uma fábrica de cimento em Jalabiya, 150 km a nordeste de Aleppo.

A fábrica, comprada em 2007 pela Lafarge, passou por obras durante três anos e começou a operar em 2010. Para a reforma, a então empresa francesa gastou US$ 680 milhões, o que era o maior investimento no país fora do setor petroleiro.

Garantias do grupo Estado Islâmico

De acordo com uma reportagem do jornal Le Monde, a Lafarge pagou um intermediário para obter do grupo extremista Estado Islâmico (EI) garantias para seus funcionários nos postos de controle.

O jornal francês também citou uma garantia dos extremistas para permitir o trânsito dos caminhões de abastecimento da fábrica, assim como a intervenção de intermediários e de negociantes para vender à unidade petróleo refinado pelo grupo EI.

O grupo extremista terminou assumindo o controle da fábrica em setembro de 2014.
 

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