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Linha Direta

Coreia do Norte usa munição real em manobra visando ataque de longo alcance

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A Coreia do Norte celebra nesta terça-feira (25) os 85 anos de fundação das Forças Armadas Populares, um exército de 700 mil homens na ativa e 4,5 milhões de reservistas, que garantem a perpetuação do regime comunista na península. Nas manobras que marcaram o fim dos exercícios militares de inverno, a artilharia de longo alcance utilizou munição real para exibir seu poder de fogo. 

Nesta terça-feira (25), as Forças Armadas da Coreia do Norte comemoram 85 anos de fundação.
Nesta terça-feira (25), as Forças Armadas da Coreia do Norte comemoram 85 anos de fundação. KCNA/Handout via REUTERS
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Vivian Oswald, correspondente da RFI em Pequim

Há várias semanas, especialistas e governos vizinhos temem que o aniversário do exército norte-coreano sirva de pretexto para a realização de um novo teste nuclear. O que deixa o clima ainda mais tenso na região é que tanto no lado norte-coreano da fronteira, quanto do sul-coreano, todos garantem estar em alerta máximo e preparados para um conflito.

Ambos os lados movimentam armamento pesado atualmente. O período coincide com o fim dos exercícios militares conjuntos entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos e também da Coreia do Norte. Qualquer curto-circuito ou interpretação equivocada pode causar danos à península inteira.

Até o final da tarde desta terça-feira, não houve registro de novos testes. Mas há rumores de que eles ainda não estão descartados por completo. Poderiam acontecer até mesmo na quarta-feira (26). Todos sabem que as reações em Pyongyang são imprevisíveis.

A retórica de todas as partes envolvidas no litígio nuclear tem sido forte. Um porta-aviões enviado pelos Estados Unidos , que já tinham dito que perderam a paciência com o regime de Pyongyang, está próximo da península. Na sexta-feira passada, a Coreia do Norte disse que poderia afundar o porta-aviões. As provocações nunca chegaram a um ponto tão perigoso. 

Pequim suspeita de mal-entendido com regime norte-coreano

Na segunda feira (24), o líder chinês, Xi Jinping, voltou a telefonar para o presidente americano, Donald Trump, para pedir calma e garantir a disposição chinesa de intermediar a conversa entre todas as partes. Em editorial publicado hoje no jornal China Daily, conhecido como uma das vozes do governo, a avaliação é a de que apesar da retórica de guerra de Pyongyang, Washington parece estar em linha com Pequim para buscar uma solução pacífica, pelo menos neste momento.

A China tem advogado uma saída que não traga o caos para a região, muito menos a guerra. O interessante é que o jornal destaca que dadas as palavras e ações do regime do ditador Kim Jong-Un, a Coreia do Norte estaria interpretando de maneira equivocada as sanções impostas pelos Conselho de Segurança da ONU ao país. Isso porque elas seriam direcionadas às provocações que têm sido feitas pelos testes nucleares e de mísseis balísticos e não ao sistema ou ao líder norte-coreano. O editorial vai mais além dizendo que a Coreia do Norte tem injustamente entendido o papel da China neste imbroglio, ignorando a sua preocupação com a paz, questões humanitárias e com a não interferência nos assuntos domésticos da Coreia do Norte.

Além de reconhecer que os chineses estão sendo mal interpretados, o texto do jornal também admite que as sanções impostas à Coreia do Norte agora afetam duramente a economia do país e que isso também contribui para a situação “inflamável”. Acuados, os norte-coreanos podem agir de maneira inconsequente, por desespero de causa. O periódico diz que a Coreia do Norte superestima perigosamente a sua força e subestima os riscos que atrai para si.

Questionado sobre as comemorações dos 85 anos do exército norte-coreano, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês não quis se estender, mas afirmou que os canais diplomáticos com a Coreia do Norte permanecem abertos. Ele destacou que a situação é muito sensível e delicada. Pequim voltou a pedir calma a todas as partes para evitar uma escalada da tensão.

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