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Guerra

Rússia, Turquia e Irã assinam acordo para criar "zonas de segurança" na Síria

Rússia e Irã, aliados do regime sírio, e Turquia, que apoia os rebeldes, assinaram nesta quinta-feira (4) um memorando sobre a instalação de "zonas de segurança", chamadas de "zonas de desescalada", na Síria, destinadas a fazer cessar os combates nesse país em guerra civil há seis anos.

Combates em Jobar, bairro da capital síria
Combates em Jobar, bairro da capital síria AMER ALMOHIBANY / AFP
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Os chefes das delegações dos três países selaram o acordo em Astana, no Cazaquistão, onde estão reunidos representantes do regime de Bashar al-Assad e dos rebeldes sírios, diplomatas russos, turcos e iranianos e o enviado especial da ONU, Staffan de Mistura.

Além disso, os rebeldes sírios retomaram sua participação nas negociações de paz. Eles haviam se retirado do encontro na véspera, durante a quarta rodada de negociações com o regime, por causa dos bombardeios de Damasco contra civis.

“A delegação decidiu pôr fim à suspensão de sua participação nas negociações depois de receber garantias por parte dos países avalistas", indicou a oposição síria em um comunicado.

No entanto, um dos membros da delegação rebelde protestou contra a assinatura do documento referente às "zonas de segurança" por parte do Irã, por seu apoio ao presidente Bashar al-Assad, e abandonou o salão.

Autoria do governo russo

O projeto é de autoria do governo russo e foi divulgado na terça-feira (2), durante uma conversa telefônica entre o presidente russo, Vladimir Putin, e seu colega americano, Donald Trump.

Putin, que recebeu o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, na estância balneária de Sochi, às margens do Mar Negro, revelou seu projeto para alcançar "uma pacificação" na Síria e "um reforço do cessar-fogo", em uma coletiva de imprensa com o seu colega turco.

Para esse fim, ele propôs a criação de "zonas de desescalada", um termo confuso que poderia se aproximar da ideia de zonas "tampão", sem a necessidade do envio de soldados para garantir o cessar-fogo.

Essas zonas, se criadas, deverão ser acompanhadas de áreas de exclusão aérea, desde "que não haja qualquer atividade militar nesses locais", indicou Putin.

Apoio dos EUA

O presidente russo disse que comunicou o seu projeto a Damasco, Teerã e também a Trump. "Se entendi bem, o governo dos Estados Unidos apoia a ideia", afirmou. Erdogan afirmou nesta quinta que a criação de tais zonas permitirá resolver em 50% o problema sírio.

Segundo uma versão em árabe do projeto, seriam criadas quatro zonas: nos territórios rebeldes em Idlib (noroeste), na província central de Homs, no reduto rebelde de Ghuta (subúrbio leste de Damasco) e na parte meridional da Síria.

O objetivo, segundo o texto, é "pôr fim imediatamente à violência e oferecer condições para um regresso seguro e voluntário dos refugiados", assim como entregar imediatamente ajuda médica.

Mais de 320 mil pessoas morreram até o momento na guerra na Síria, iniciada depois da repressão das manifestações pacíficas em março de 2011 em plena "Primavera árabe".

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