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Brasil-Mundo

Especialista em segurança informática brasileiro fala sobre mercado em Israel

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O engenheiro de computação com pós-graduação em Segurança da Informação Alberto Cohen, de 45 anos, mora há 22 anos em Tel Aviv, onde trabalha para as maiores empresas de tecnologia de Israel.  Ele explica porque o setor é tão desenvolvido no país e onde a influência do vírus WannaCry foi mínima

O brasileiro Yossi ''Beto'' Cohen, especialista em cyber em Israel.
O brasileiro Yossi ''Beto'' Cohen, especialista em cyber em Israel. Foto: Daniela Kresch
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Daniela Kresch, correspondente da RFI em Israel

O engenheiro mudou-se para Israel aos 22 anos. Um sonho de juventude e um país onde, segundo ele, poderia desenvolver melhor uma carreira em sua área. Deixou muito para trás, inclusive o nome, que mudou para Yossef, em hebraico. E passou as duas últimas décadas trabalhando em algumas das maiores empresas de tecnologia de Israel.

Hoje, casado com a também carioca Paula, com quem tem duas filhas, Cohen comemora a abertura de uma empresa própria de soluções em Tecnologia da Informação, a Soft Value, associada à gigante israelense Prologic, com mais de 200 clientes civis, militares e do setor público. Israel, segundo ele, se destaca na segurança cibernética por conta, entre outras coisas, de sua complicada posição geopolítica e da falta de recursos naturais.

"Israel não fabrica carros, produz gasolina ou  matéria-prima. A matéria que Israel exporta, o produto, é o cérebro israelense", explica. Segundo ele, a situação tensa com os países vizinhos também levou a um rápido desenvovimento no setor.

O especialista brasileiro acredita que Israel tem muito a ensinar ao mundo em termos de segurança da informação. Principalmente depois do vírus WannaCry, que, há algumas semanas, infectou 230 mil computadores em mais de 150 países. Os responsáveis pelo vírus, que afetou hospitais, bancos e grandes empresas, exigiram pagamento para liberar o conteúdo dos computadores, que havia sido criptografado.

Em Israel, a influência do vírus foi mínima e Cohen acredita que o motivo é a conscientização, no país, de que é preciso tomar cuidado na rede. Segundo ele, algumas dicas podem evitar problemas no computador, como guardar senhas eletrônicas na cabeça e mudá-las sempre que possível, não aceitar programas piratas ou baixar arquivos do tipo “torrent”.

"Em primeiro lugar, se proteger em casa com um bom antivírus. É o mínimo que se pode fazer", diz. A segunda, explica " desconfiar dos e-mails e de suas mensagens, mesmo enviadas por amigos. "Quando um amigo meu começa uma frase dizendo: “Olhe isto que eu estou te mandando. Aperte neste link”. Não abra", afirma.

Riscos elevados

O empresário brasileiro está certo de que o vírus WannaCry é só o começo do que pode acontecer nos próximos anos. As grandes batalhas da Humanidade migrarão, cada vez mais, para a internet, onde já estão sendo travadas guerras internacionais e onde terroristas recrutam militantes.  "As guerras estão saindo do campo físico para o campo virtual. Hoje existem aviões controlados remotamente, sem pilotos. Esses aviões carregam bombas. Imagina se um hacker tomar o controle de um avião desses?", questiona.

Para Yossef “Beto” Cohen, o fato de ser brasileiro ajudou muito no sucesso profissional em Israel. A capacidade de comunicação dos brasileiros e a facilidade em fazer amigos e se inserir na socidade foram fundamentais. No mundo dos negócios, segundo ele, essas qualidades são muito procuradas. O Brasil, em particular, é um país querido pelos israelenses, que consomem avidamente música, telenovelas e culinária brasileiras.

"Em todos esses anos em Israel, nunca aconteceu uma vez de uma pessoa entender que sou brasileiro ou perguntar alguma coisa e reação não ser 100% positiva", diz. "As pessoas vão viajar para a America do Sul, passam muitos meses no Brasil, gostam muito do país, gostam muito das pessoas, então, quando você fala que você é brasileiro, a reação é sempre espetacular."

 

 

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