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Filipinas

Homem que atacou cassino de Manila era católico, viciado em jogos e não terrorista

O homem que provocou a morte de 37 pessoas ao incendiar um cassino de Manila era um pai de família filipino, católico, viciado em jogos e com grandes dívidas, e não um terrorista, anunciou a polícia neste domingo (4).

Agente de segurança bloqueia rua de cassino atacado em Manila, no dia 2 de junho.
Agente de segurança bloqueia rua de cassino atacado em Manila, no dia 2 de junho. REUTERS/Erik De Castro
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O chefe de polícia de Manila, Oscar Albayalde, identificou o criminoso como Jessie Carlos, que tinha 43 anos. Ele era pai de três filhos, morava em Manila e estava proibido de entrar nos cassinos desde abril a pedido de sua família, porque era um viciado em apostas. Isto prova o caráter falacioso da reivindicação do ataque pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI), afirmou Albayalde. "Reiteramos que não é um ato de terrorismo e sim um ato executado por uma única pessoa", disse em uma entrevista coletiva, na qual estavam presentes a mulher e os pais do agressor.

A Corporação Filipina de Jogos (Pagcor) havia proibido a entrada de Carlos nos cassinos por causa de sua dependência. "Estava muito endividado por seu vício nas apostas. Isto virou uma fonte de problemas com a esposa e seus pais", contou Albayalde. "A Pagcor proibiu sua entrada nos cassinos a pedido da família. Isto pode ter sido o fator desencadeante. Por isso estava ressentido com os cassinos", completou.

O homem entrou no hotel cassino Resorts World Manila, perto do aeroporto da capital, usando uma máscara e um fuzil M4, assim como uma garrafa de gasolina. Ele ateou fogo a vários objetos e mesas de aposta.

Trinta e sete pessoas morreram asfixiadas e dezenas ficaram feridas no tumulto registrado quando os clientes, aterrorizados, tentavam fugir do local. Carlos cometeu suicídio pouco depois da ação em um quarto do hotel, em um ato de imolação com fogo. O corpo carbonizado foi encontrado cinco horas mais tarde, segundo a polícia.

Câmaras de vídeo gravaram ação

Imagens das câmeras de segurança mostram o momento em que Carlos entrou e caminhou tranquilamente pelo cassino, antes de disparar vários tiros, a maioria para o alto.

Em um determinado momento, ele abriu fogo contra os seguranças, mas não conseguiu atingi-los. Depois seguiu para uma sala protegida, na qual estavam guardados dinheiro e fichas, com a evidente intenção de levar parte da quantia.

Carlos incendiou algumas mesas de jogo, em uma tentativa de criar uma distração para fugir, segundo a polícia.
A mãe do filipino afirmou, com lágrimas, que o filho era uma boa pessoa, mas que se perdeu para o jogo. "Pedimos perdão. Meu filho era um bom filho. Mas desde que começou a jogar no cassino não fazia outra coisa. Não nos visitava mais. Era doloroso para nós, não o víamos mais", disse Teodora Carlos.

Um comunicado divulgado no sábado pela Amaq, a agência de propaganda do EI, afirmava que "combatentes do EI executaram o ataque em Manila". O presidente filipino Rodrigo Duterte já havia alertado que o EI tentava avançar no país, em sua grande maioria católico.

O ataque ao cassino aconteceu depois que Duterte decretou, na semana passada, lei marcial na região meridional de Mindanao para reprimir uma insurreição islamita, que continua em curso. Os combates, que prosseguiam no fim de semana, deixaram quase 200 mortos nos últimos dias.

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