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Iraque/Batalha

Primeiro-ministro do Iraque declara "fim do Estado Islâmico" em Mossul

As forças iraquianas anunciaram nesta quinta-feira (29) que retomaram o controle da emblemática mesquita de Mossul diante da qual o líder do grupo Estado Islâmico (EI), Abu Bakr al-Baghdadi, fez sua única aparição pública e proclamou seu "califado" em julho de 2014. Em mensagem no Twitter, o primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, declarou o "fim do Estado" jihadista.

Forças iraquianas anunciam retomada da mesquita Al-Nuri em Mossul, local onde o EI autoproclamou seu califado.
Forças iraquianas anunciam retomada da mesquita Al-Nuri em Mossul, local onde o EI autoproclamou seu califado. REUTERS/Erik De Castro/File Photo
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A mesquita Al-Nuri - cujo minarete Hadba foi derrubado com explosivos pelo EI na semana passada - ainda não havia sido totalmente reconquistada, o que estava muito perto de acontecer. "As forças de contraterrorismo assumiram o controle da mesquita Al-Nuri e [do minarete] Hadba", revelou um comunicado do Comando das Operações Conjuntas iraquianas.

O canal de TV Iraqiya anunciou, por sua vez, a "queda do Estado fictício", ironizando o nome dado pelo EI ao seu pseudo "estado do califado", autoproclamado nos territórios sob seu controle no Iraque e na Síria.

Morte de líder jihadista ainda não foi confirmada

Localizados na Cidade Velha de Mossul, Al-Nuri e Hadba eram monumentos emblemáticos. Foi nesta mesquita que Al-Baghdadi apareceu pouco depois da conquista da cidade, chamando em uma oração os muçulmanos a obedecê-lo. O minarete inclinado, cuja construção terminou em 1172, é a figura impressa nas notas de 10.000 dinars iraquianos. Os extremistas haviam hasteado sua bandeira no seu topo, a 45 m de altura.

O primeiro-ministro iraquiano já havia classificado a destruição do local como uma "declaração oficial de derrota" por parte dos  jihadistas. Agora, o EI controla apenas uma pequena parte da Cidade Antiga. As ruas estreitas e a presença de muitos civis tornam o avanço das tropas uma operação extremamente delicada. Quase 100.000 civis são "mantidos como escudos humanos", segundo a ONU. Os socorristas tentam resgatar as famílias sepultadas sob os escombros da sangrenta batalha, uma corrida contra o relógio entre bombas e franco-atiradores.

Três anos depois de tomar Mossul, o paradeiro de Baghdadi continua desconhecido, enquanto que o EI perdeu a maior parte dos territórios que ocupava como resultado de uma ofensiva lançada em junho de 2014.

De acordo com um estudo do escritório de análise IHS Markit, divulgado hoje, o EI perdeu em três anos 60% do território que havia conquistado e 80% de suas receitas. O território do "califado" autoproclamado em áreas no Iraque e na Síria passou de 90.000 km2 em janeiro de 2015 para 36.200 km2 em junho de 2017, aponta a empresa com sede em Londres.

Extremistas estão cercados na Síria

Uma coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos realiza ataques aéreos diários contra os extremistas islâmicos desde o verão (no hemisfério norte) de 2014. No terreno, a batalha no Iraque é conduzida pelo exército nacional, enquanto na Síria o EI é combatido principalmente pelas Forças Democráticas Sírias (FDS), uma aliança de combatentes curdos e árabes. Nas duas frentes, as forças antijihadistas recebem o apoio da coalizão internacional.

Em 16 de junho, o exército russo indicou em um comunicado que provavelmente havia matado o líder da organização durante um ataque aéreo realizado no final de maio contra uma reunião de líderes do EI perto de Raqa, principal reduto do grupo no norte da Síria. A coalizão internacional liderada por Washington afirmou, em seguida, não ser capaz de confirmar o anúncio de Moscou.

Em Raqa, as forças árabes e curdas também conseguiram cercar os jihadistas. O último acesso à cidade foi fechado hoje, segundo Rami Abdel Rahmane, diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

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