Acessar o conteúdo principal

Moscou reage a sanções e acusa Estados Unidos de “russofobia”

A Rússia ordenou aos Estados Unidos que reduzam a presença diplomática em seu território, em resposta às novas sanções adotadas pelo Congresso norte-americano. Segundo, o Ministério das Relações Exteriores do país, em comunicado divulgado nesta sexta-feira (28), a medida é uma prova de "russofobia".

Foto da faixada da embaixada dos Estados Unidos em Moscou em 28 de julho de 2017.
Foto da faixada da embaixada dos Estados Unidos em Moscou em 28 de julho de 2017. REUTERS/Tatyana Makeyeva
Publicidade

De acordo com a nota oficial da chancelaria russa, Moscou pediu a Washington que, a partir de 1º de setembro deste ano, reduza para 455 o pessoal de sua embaixada e de seus consulados na Rússia. Além disso, o governo russo impede a utilização, por parte da representação diplomática dos Estados Unidos, de uma residência na periferia da capital russa.

Com essa redução, o número de representantes norte-americanos deve se igualar ao de funcionários russos nos Estados Unidos, afirmou a chancelaria, que se "reserva o direito" de anunciar novas medidas. Na quinta-feira (27), o Senado norte-americano adotou novas sanções contra a Rússia por sua suposta ingerência na eleição presidencial de 2016.

Críticas da comunidade internacional

Criticado por Moscou e pela União Europeia, já que pode prejudicar os negócios de algumas de suas empresas, o texto legislativo dos Estados Unidos será agora submetido ao presidente Donald Trump, que poderá sancioná-lo, ou vetá-lo. A votação no Congresso norte-americano "mostra que as relações com a Rússia se tornaram reféns das lutas políticas domésticas nos Estados Unidos", denunciou o ministério russo.

"Apesar dos permanentes ataques de Washington, nós agimos de maneira responsável, com contenção e vamos continuar a agir", acrescentou a chancelaria russa. "Os últimos acontecimentos mostram, porém, que a ‘russofobia’ e a busca de confrontação estão muito arraigadas em certos círculos" em Washington, considera. O embaixador norte-americano em Moscou, John Tefft, "expressou sua grande decepção e protestou" após o anúncio das medidas russas, segundo uma porta-voz da embaixada americana.

A porta-voz não quis informar o número de diplomatas norte-americanos e funcionários em serviço atualmente na Rússia. Citada pela agência de notícias Interfax em Moscou, uma fonte anônima apontou que a redução do pessoal norte-americano deve provocar a partida de centenas de pessoas.

Novas sanções

Com as novas sanções, os congressistas norte-americanos desejam, em primeiro lugar, infligir represálias após uma campanha russa de desinformação e de ciberataques durante a eleição presidencial americana de novembro. A anexação da península da Crimeia em 2014 e o envolvimento no conflito no leste da Ucrânia são outras razões que levaram às punições do Congresso em Washington.

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, comemorou o resultado da votação no Senado, que marca, segundo ele, um apoio frente ao "agressor" russo. O texto do Congresso norte-americano também sanciona Irã e Coreia do Norte, o que fez Pequim alertar que a China deverá se opor a qualquer medida que possa atingir seus interesses.

Em tese, Donald Trump, que tenta melhorar as relações com a Rússia, poderá vetar o projeto do Congresso, mas essa atitude seria arriscada e uma solução de curta duração. Para superar o veto, bastaria ao Congresso votar o texto novamente com uma maioria de dois terços. Em geral, os presidentes norte-americanos costumam evitar essa humilhação.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.