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Crise

Tillerson busca apoio da Tailândia contra Coreia do Norte

O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, fez uma escala na Tailândia, nesta terça-feira (8), buscando convencer Bangcoc a cortar relações comerciais com a Coreia do Norte, no momento em que os EUA buscam aliados para conter as ambições nucleares.

O secretário de estado americano, Rex Tillerson, com o premiê tailandês, Prayuth Chan-ocha
O secretário de estado americano, Rex Tillerson, com o premiê tailandês, Prayuth Chan-ocha ©REUTERS/Athit Perawongmetha
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Na sequência, Tillerson foi para Kuala Lumpur, onde discursou no Parlamento e se reuniu com o primeiro-ministro malaio, Najib Razak.

Essa foi a primeira visita de um chefe da diplomacia americana a Bangcoc desde que um golpe de Estado em 2014 estremeceu os laços entre os dois países.

Os EUA se preocupam com o número crescente de empresas norte-coreanas de exportação e importação que usam Bangcoc como centro de operações regional, com mudanças frequentes de nome, disse à imprensa a secretária assistente interina do Escritório para Assuntos do Pacífico e do Leste Asiático do Departamento de Estado, Susan Thornton, que acompanha Tillerson na viagem.

Aliado tradicional de Washington, a Tailândia é um dos vários países do Sudeste Asiático com embaixada da Coreia do Norte e que mantêm relações comerciais de peso com Pyongyang.

Segundo o Ministério tailandês das Relações Exteriores, Bangcoc é o terceiro mais importante parceiro comercial para Pyongyang, atrás de Pequim e Seul: as trocas comerciais entre os dois países passaram de € 100 milhões em 2014.

Oficialmente, a Coreia do Norte exporta material elétrico e químico e importa açúcar, peixe e borracha de Bangcoc.

Washington queria convencer os militares tailandeses a fecharem as empresas-fantasma para cortar o canal comercial usado pela Coreia do Norte sem restrições até agora, acrescentou o funcionário.

Endurecimento nos vistos

Os Estados Unidos também pedem que endureça o regime de vistos para os norte-coreanos, um dos menos exigentes. Susan insistiu, porém, na importância de que isso não afete os refugiados norte-coreanos. Muitos fogem através da Tailândia para a Coreia do Sul.

Antes de embarcar para a Malásia, Rex Tillerson se reuniu em Bangcoc com o chefe da junta militar, general Prayut Chan-O-Cha.

"Em relação à situação da península coreana, a Tailândia está pronta para cooperar e contribuir com sua ajuda", declarou o porta-voz da junta, Werachon Sukhondapatipak.

Analistas consideram pouco provável, contudo, um recuo nas relação de Bangcoc com Pyongyang.

O reino tem um histórico de "oscilar entre vários Estados que têm problemas", disse à AFP o especialista em Relações Internacionais Thitinan Pongsudhirak, da Universidade Chulalongkorn.

No Palácio Real, Rex Tillerson visitou o local onde está sendo conservado o corpo do rei Bhumibol Adulyadej, falecido em outubro passado. Segundo a tradição tailandesa, o rei é enterrado com honras um ano após seu falecimento.

Cercado pelo pessoal da embaixada americana em Bangcoc, o secretário explicou que se trata de "desenvolver" a relação com esse velho aliado histórico, que serviu de base operacional dos Estados Unidos durante a guerra do Vietnã.

Ele reconheceu, porém, "os altos e baixos" dessa relação, depois que os Estados Unidos reduziram o alcance de vários programas de cooperação com Bangcoc - em particular o treinamento militar conjunto Cobra, menos intenso desde 2014.

Na segunda-feira, durante uma visita a Manila, o secretário de Estado excluiu a possibilidade de um regresso rápido ao diálogo com a Coreia do Norte. Para Tillerson, o novo pacote de sanções imposto a Pyongyang mostra que o mundo perdeu a paciência com suas ambições nucleares.

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