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Irã intensifica programa nuclear e desafia Estados Unidos

O Parlamento iraniano respondeu às últimas sanções dos Estados Unidos [de julho de 2017] votando neste domingo (13) um aumento significativo no financiamento a seu programa de mísseis e a seu braço militar, responsável pelas operações externas.

O comandante da Marinha iraniana dirige testes de mísseis realizados pelo Irã em 2012.
O comandante da Marinha iraniana dirige testes de mísseis realizados pelo Irã em 2012. REUTERS/Fars News/Hamed Jafarnejad
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Em uma crescente contexto de recrudescimento das relações entre os dois países desde a chegada de Donald Trump ao poder, em janeiro, os parlamentares iranianos votaram esmagadoramente por medidas que incluem disposições para investir US$ 260 milhões para o "desenvolvimento do programa de mísseis balísticos" e uma soma equivalente ao ramo externo da Guarda Revolucionária, exército de elite do regime, de acordo com a agência de notícias oficial IRNA, configurando um total de US$ 520 milhões.

Em meados de julho, o governo norte-americano impôs novas sanções legais e financeiras específicas dirigidas contra indivíduos e entidades ligadas ao corpo da Guarda Revolucionária e ao programa iraniano de mísseis, este último proibido por uma resolução da ONU. O Congresso aprovou as sanções de final de julho deste ano contra o Irã, acusado de desenvolver um programa de mísseis que “viola os direitos humanos” e de apoiar grupos como o Hezbollah libanês - descritos como "terroristas" por Washington.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos considera o Irã o "primeiro Estado patrocinador do terrorismo" no mundo.

“Morte à América”

"Os americanos devem saber que esta é a nossa primeira ação", advertiu, neste domingo, o presidente do Parlamento iraniano Ali Larijani, após a votação sobre as medidas para "enfrentar ações terroristas e aventureiras dos Estados Unidos na região".

Sem qualquer oposição (240 votos a favor, de 244 deputados presentes), os congressistas do Irã aprovaram o projeto de lei. Depois que os resultados foram anunciados, os parlamentares gritavam: "Morte à América".

"Este projeto é apoiado pelo governo e é parte de uma série de medidas propostas pela comissão de supervisão do JCPOA [sigla do programa nuclear iraniano] para lidar com a recente lei do Congresso dos Estados Unidos", afirmou Abbas Araghchi, vice-chanceler do Irã, fazendo referência ao acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano (Plano Integrado de Ação Conjunta, JCPOA), assinado em 2015, com seis grandes potências (Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha).

Donald Trump tem criticado repetidamente o acordo, que ele descreve como "horrível", embora não o tenha questionado concretamente. O Irã, que mantém relações diplomáticas com os Estados Unidos desde 1980, afirma, por sua vez, que as últimas sanções dos EUA são uma "violação" do acordo, que pôs fim ao seu isolamento no cenário internacional.

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