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Turquia/oposição

Oposição turca inaugura congresso para desafiar Erdogan

"Oitenta milhões de pessoas têm sede de justiça",afirmou neste sábado (26) o chefe do principal partido de oposição da Turquia, acusando o presidente Recep Tayyip Erdogan de dirigir o país como um tirano, durante a abertura do "Congresso da Justiça", evento inédito no país.

Presidente turco fala em cerimônia de aniversário da Batalha de Manzikert (26/08/17).
Presidente turco fala em cerimônia de aniversário da Batalha de Manzikert (26/08/17). Reuters/Kayhan Ozer/Palácio Presidencial
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Kemal Kiliçdaroglu, chefe do Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata), inaugurou o encontro onde, durante quatro dias, serão abordadas diferentes violações de direitos civis pelo governo turco.

Kiliçdaroglu pretende aproveitar o sucesso inesperado da "Marcha pela Justiça", em que os manifestantes percorreram a pé os quase 450 km que separam Ancara de Istambul, para protestar contra a prisão de um deputado de seu partido, crítico do governo atual, condenado a 25 anos de prisão.

Simbolismos históricos

As rivalidades políticas se intensificam com a aproximação das eleições presidenciais e legislativas. Por isso, Erdogan também celebrará neste sábado um grande comício para comemorar a batalha em que as tropas seljúcidas (povo nômade sunita) derrotaram os bizantinos em 1071.

O fato de o congresso opositor acontecer em Çanakkale tem um valor simbólico, porque ali teve lugar a batalha de Galípoli, na qual o exército otomano venceu as forças aliadas durante a Primeira Guerra. A batalha é um símbolo da resistência que resultou na fundação da República turca moderna em 1923, por Mustafa Kemal Atatürk.

Denúncia ao estado de emergência

Kiliçdaroglu voltou a denunciar a instauração do estado de emergência dias depois do golpe fracassado de 15 de julho de 2016 e dos expurgos que se seguiram por ordem do poder turco.

Mais de 50.000 pessoas foram detidas desde que foi decretado o estado de emergência em 2016, e mais de 140.000 foram destituídas de seus postos, incluindo professores universitários, juízes e policiais.

(com informações da AFP)

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