Novo míssil da Coreia do Norte é “ameaça sem precedentes” para Japão
O Conselho de Segurança da ONU faz uma reunião de emergência nesta terça-feira (29), em Nova York, a pedido dos Estados Unidos e do Japão, após um novo disparo de míssil da Coreia do Norte, que sobrevoou o norte do Japão durante dois minutos antes de cair no oceano Pacífico.
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Lançado do aeroporto de Pyongyang, segundo a Coreia do Sul, o míssil de médio alcance percorreu 2.700 km, sobrevoando a ilha japonesa de Hokaido a 550 km de altitude, antes de cair no mar, sem causar danos. Rádios e TVs japonesas alertaram a população a se abrigar. O sistema de defesa aéreo do Japão poderia ter interrompido a trajetória do projétil, mas não foi acionado.
O primeiro-ministro japonês Shinzo Abe falou em uma ameaça "grave e sem precedentes" e quer um reforço das sanções contra o regime do imprevisível Kim Jong-Un. Segundo o correspondente da RFI no Japão, Frédéric Charles, “o governo japonês reagiu como se uma de suas ‘megalópoles’, Tóquio ou Osaka, fosse o alvo final da trajetória do míssil norte-coreano”.
Trens de alta velocidade e metrôs pararam
“Sinais de alerta foram emitidos e mensagens pré-gravadas interromperam a programação de rádios e TVs, pedindo cautela. O serviço de trens de alta velocidade e metrôs de Tóquio foi interrompido, como depois de um forte terremoto. O porta-voz do premiê japonês, Yoshihide Suga, falou de uma ‘grave e séria ameaça à segurança’ no Japão”, relatou o correspondente da RFI no arquipélago.
Os eventos desta terça-feira (29) representam uma escalada adicional na região, depois que Pyongyang ameaçou disparar uma série de mísseis em direção ao território norte-americano de Guam. “Um tiro deste porte, em todos os casos, sobrevoaria o arquipélago japonês”, precisou Frédéric Charles.
A Rússia declarou estar extremamente preocupada com uma escalada militar na região. A China reagiu afirmando que pressões e sanções não resolverão o problema, e defendeu a retomada do diálogo de paz entre as partes. O presidente norte-americano, Donald Trump, e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, acertaram aumentar a pressão contra o regime de Pyongyang.
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