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Japão/Índia

Japão vai fornecer tecnologia de trem-bala à Índia

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, está em visita oficial à Índia, onde inaugurou nesta quinta-feira (14) as obras para o primeiro trem de alta velocidade no país, com tecnologia japonesa.

Shinzo Abe e Narendra Modi selam parceria na construção do trem-bala indiano.14/09/17
Shinzo Abe e Narendra Modi selam parceria na construção do trem-bala indiano.14/09/17 REUTERS/Amit Dave
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Com informaçõs de Sébastien Farcis, de Nova Dhéli

O projeto, com custo estimado de €16 bilhões, é a pedra angular da aproximação entre Índia e Japão, que buscam contrabalancear o peso da potência chinesa na Ásia. A maior parte do orçamento – 85% - vai ser concretizado graças a um polpudo empréstimo da parte de Tóquio, de cerca de € 11 bilhões, a uma taxa de juros de apenas 0,1% por ano.

O empreendimento “marca o início de um novo capítulo nas relações entre Índia e Japão”, declarou Abe durante a cerimônia de inauguração, em Ahmedabad, ao lado do premiê indiano, Narendra Modi.

Passo de gigante

“Espero desfrutar da beleza da Índia através da janela deste trem de alta velocidade com Modi a meu lado, quando eu voltar à Índia dentro de alguns anos”, acrescentou o líder japonês.

“Hoje, a índia deu um passo de gigante na realização de um sonho acalentado há muito tempo”, declarou o premiê indiano diante de uma entusiasmada plateia.

Em dezembro de 2023, o trajeto de 500km vai ligar a cidade de Ahmedabad, no estado de Gujarat, no oeste da Índia, a Mumbai, capital econômica, em três horas e meia. Atualmente o percurso é feito em oito horas de trem.

Percalços nos trilhos

A velocidade média deverá ser de 150km/h, com trechos que podem alcançar 350km/h. Trata-se de uma verdadeira revolução, pois as linhas atuais, construídas durante o período colonial, atingem velocidade máxima de 100km/h.

Os desafios, no entanto, são inúmeros. A aquisição de terrenos ao longo do novo trajeto se anuncia complicada em um país majoritariamente agrícola, onde as terras são divididas em pequenas parcelas.

33 mil mortes nos trilhos

O preço da passagem dessa versão do “shinkansen” também deverá ser bem mais elevada que as tarifas aplicadas atualmente, o que vai limitar o acesso de muitos ao novo meio de transporte e impedir uma rentabilidade imediata.

Mais de 22 milhões de indianos utilizam todos os dias cerca de nove mil trens para ir de uma parte a outra do extenso território hindu. A malha ferroviária é ultrapassada e os acidentes são frequentes – mais de 33 mil pessoas morreram em 2015 nos trilhos, a maioria ao cair de trens ou em travessias.

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