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Premiê palestino visita Gaza para formalizar governo com Hamas

O primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Rami Hamdallah, visitou a Faixa de Gaza nesta segunda-feira (2) para selar a reconciliação com o movimento islâmico Hamas, que controla o enclave há dez anos. O objetivo é formar um governo de união para todo o território palestino, em Gaza e na Cisjordânia.

Palestinos festejam a chegada do comboio do premiê Rami Hamdallah na Faixa de Gaza, em 2 de outubro de 2017.
Palestinos festejam a chegada do comboio do premiê Rami Hamdallah na Faixa de Gaza, em 2 de outubro de 2017. REUTERS/Suhaib Salem
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Na cerimônia de recepção, Rami Hamdallah anunciou que seu governo se responsabilizava pela administração do território e assumia a segurança e os “pontos de passagem, como as fronteiras".

O Hamas, que tem controlado a Faixa de Gaza desde o breve conflito armado com o Fatah de Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, anunciou em setembro o desmantelamento do executivo local e convidou o governo de união, cuja formação foi decidida em 2014, a tomar a frente da região.

Três mil membros da polícia do Fatah serão integrados gradualmente dentro da polícia de Gaza sob a supervisão do Ministério do Interior, liderado pelo próprio Rami Hamdallah. A ala militar do Hamas, que consistiria em 25 mil soldados, continuará a ser a força dominante do enclave, povoado por cerca de dois milhões de habitantes.

"Estamos retornando a Gaza para alcançar a reconciliação e a unidade nacional, para pôr fim às dolorosas divisões e para reconstruir Gaza pedra por pedra ", disse Rami Hamdallah, logo após sua chegada.

"Abbas nos instruiu a dizer ao mundo que o Estado palestino não deve e não pode ser instaurado sem a unidade geográfica e política de Gaza e da Cisjordânia", acrescentou.

Evento minimizado pelos israelenses

Do lado israelense, o alcance do evento é minimizado. "Isso ocorre a cada dois ou três anos ", comentou Michael Oren, Vice-Ministro da Diplomacia, lembrando que o Hamas continua seu projeto de destruição do Estado de Israel.

"Uma das perguntas é se o Hamas será capaz de conservar suas armas. Se assim for, então o acordo é irrelevante para Israel ", acrescentou. Durante um almoço com Rami Hamdallah, Ismail Haniyeh, líder do Hamas, reafirmou os requisitos do movimento, que exige o estabelecimento de um Estado "em todo o território palestino, tendo Jerusalém como sua capital e que permita o retorno de refugiados para suas terras e lares ".

O governo de união deve se reunir terça-feira (3) em Gaza. "A agenda está cheia de ideias e projetos", enfatizou o Ministro da Cultura, Ehad Bseisso. Além da data das eleições presidenciais e legislativas, o executivo terá que decidir o destino dos 40 a  50 mil funcionários da administração criada pelo Hamas.

"A estrada ainda é longa e difícil, mas não deixem passar o momento da reconciliação e da paz ", escreveu Nikolai Mladenov, Coordenador Especial das Nações Unidas para o processo de paz no Oriente Médio, em seu Twitter.

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