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Estados Unidos

Perfil do autor do massacre de Las Vegas intriga imprensa

O massacre de Las Vegas é o principal destaque da resenha da imprensa francesa desta terça-feira (3). Todos os jornais publicam em suas primeiras páginas fotos do público no show country correndo e tentando escapar dos tiros Stephen Paddock. O perfil do autor do maior massacre da história dos Estados Unidos intriga nos dois lados do Atlântico.

O principal destaque da resenha da imprensa francesa desta terça-feira (3) é o massacre de Las Vegas.
O principal destaque da resenha da imprensa francesa desta terça-feira (3) é o massacre de Las Vegas. Fotomontagem RFI
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“Las Vegas, o choque” é a manchete de Libération. Como outros diários, o jornal progressista diz que o perfil do atirador, que matou 58 pessoas e deixou mais de 500 feridos, intriga as autoridades americanas. O grupo Estado Islâmico (EI) reivindicou a matança, a pior da história dos Estados Unidos, mas o FBI ainda tem dúvidas sobre essa pista.

Les Echos ressalta que até o momento os investigadores da agência americana não estabeleceram nenhuma ligação entre o atirador e uma organização terrorista internacional. As motivações do contador aposentado de 64, que se suicidou, ainda são um mistério. No quarto de hotel do 32° andar do Mandalay Bay, de onde ele cometeu o massacre, a polícia encontrou um verdadeiro arsenal. Mesmo cenário na casa de Paddock, a 120 km de Las Vegas.

A família o descreve como uma pessoa normal, outras testemunhas falam em problemas psicológicos. O aposentado foi citado no passado em um caso de polícia, sem no entanto ser considerado perigoso, informa o jornal econômico.

Policiais ocidentais falharam

Aujourd'hui en France faz um paralelo entre o ataque de Las Vegas e o atentado de Marselha no domingo (1), que deixou duas jovens mortas a facadas. “Loucuras assassinas!” Esses atos reivindicados pelo grupo Estado Islâmico mostram a impossibilidade de uma luta racional contra a violência cega, acredita o diário.

O perfil dos dois homens, "um vagabundo drogado", no caso de Marselha, e "um rico aposentado", em Las Vegas, não corresponde às características habituais dos jihadistas do movimento ultrarradical. Independentemente da ligação real deles com o grupo EI, que ainda é questionada, eles semearam o terror sem nunca terem levantado suspeitas de policiais ocidentais que devem, mais uma vez, questionar sua ação, aconselha o editorial do diário.

“O massacre de Las Vegas provoca uma comoção mundial e levanta várias questões”, aponta Le Figaro. O debate sobre a posse de armas nos EUA foi relançado. A ex-candidata e ex-secretária de Estado, Hillary Clinton, foi criticada por ter denunciado os esforços da Associação Nacional do Rifle (NRA), o poderoso lobby de armas americano, para liberar o uso de silenciosos no país. As ações do grupo, que detém a marca Smith & Wesson, uma das maiores fabricantes de armas do mundo, subiu 7% na segunda-feira (2), dia seguinte do massacre, conclui mordaz o jornal conservador.

Mais de 11 mil mortos a tiros em 2017

Desde o início de 2017, mais de 11 mil pessoas foram mortas a tiros nos Estados Unidos. As estatísticas mostram que, como no massacre de Las Vegas, 73% dos tiroteios em massa no país foram cometidos por homens brancos.

Libération lembra que, apesar do aumento constante das chacinas, a legislação sobre o porte de armas fica cada dia menos rígida, graças ao lobby da NRA, que financiou generosamente a campanha de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.

Na segunda-feira à noite, a Casa Branca tentou colocar um ponto final no debate, dizendo que reabrir agora as discussões sobre o porte de armas no país é prematuro, informa Libération.

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