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Rússia

Rússia: opositor Navalny deixa prisão e vai para comício contra Putin

O principal opositor ao Kremlin, Alexei Navalny, anunciou neste domingo (22) que deixou a prisão após 20 dias de detenção por organizar manifestações não autorizadas contra o presidente Vladimir Putin.

Alexei Navalny postou esta imagem nas redes sociais logo após deixar a prisão, neste domingo (22).
Alexei Navalny postou esta imagem nas redes sociais logo após deixar a prisão, neste domingo (22). Instagram A.N.
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Navalny deixou a prisão e imediatamente retomou sua campanha visando as eleições presidenciais de março de 2018. Ele pretende concorrer contra Putin apesar da proibição da justiça.

"Olá, estou fora", escreveu o advogado de 41 anos no Instagram, na legenda de uma foto sua na rua.

O opositor declarou estar "pronto para trabalhar" e anunciou que à noite vai participar de uma manifestação na cidade de Astrakhan, a 1.300 km de Moscou, um ato autorizado pelas autoridades. Ele espera que as manifestações estabeleçam o ritmo da campanha eleitoral antes da votação de março.

Manobras para afastar opositor da disputa em 2018

Navalny parece disposto a seguir adiante, apesar da decisão da Comissão Eleitoral russa de proibir que ele dispute eleições até 2028, devido a seu passado judicial. Na semana passada, a presidente da Comissão Eleitoral, Ella Pamfilova, declarou que "quando cumprir este prazo, em 2028 mais cinco meses", Navalny poderá ser plenamente candidato. "Tem toda a vida pela frente", afirmou Pamfilova.

Em junho, a comissão eleitoral já tinha explicado que o opositor não poderia se apresentar, devido à sua condenação a cinco anos de prisão, em suspenso, por má-gestão de recursos em uma companhia de exploração florestal, num caso que remonta a 2009.

Terceira condenação do ano

O opositor, que cumpriu sua terceira pena de prisão este ano, assegura ter o direito de se apresentar, visto que a Constituição russa determina que qualquer pessoa pode ser candidata desde que não esteja detida.

Navalny, um advogado conhecido por suas investigações sobre a corrupção e as elites russas, sempre denunciou uma acusação "fabricada" com "evidentes motivos políticos", cuja única finalidade é impedi-lo de se apresentar contra Vladimir Putin, que está no poder desde 1999.

Embora ainda não tenha sido oficialmente declarado, o presidente russo, de 65 anos, desejaria se eleger para um quarto mandato, que lhe permitiria continuar à frente do país até 2024.

O opositor também rejeita uma pena de três anos e meio de prisão com direito a sursis, a que foi condenado em dezembro de 2014, por lavagem de dinheiro e fraude, em um caso relacionado com seu trabalho para a empresa francesa de cosméticos Yves Rocher.

A Corte Europeia de Direitos Humanos (CEDH) lhe deu razão em parte na última terça-feira, ao considerar que esta condenação foi "arbitrária e manifestamente irracional".

Concorrente fabricada pelo Kremlin

Em sua campanha contra Putin, Navalny também terá que lidar com Ksenia Sobchak, uma estrela de televisão próxima da oposição. Ela anunciou na quarta-feira sua candidatura às presidenciais.

Em setembro, quando sua candidatura ainda era hipotética, Navalny havia considerado que uma tal possibilidade seria um "plano do Kremlin", descrevendo Ksenia Sobchak como uma "caricatura de candidata liberal".

Com informações da AFP

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