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Notícias falsas

União Europeia acusa Rússia de campanha “orquestrada” de desinformação

A União Europeia (UE) acusou nesta quarta-feira (17) a Rússia de publicar milhares de informações enganosas numa “estratégia orquestrada” de desinformação para desestabilizar o bloco europeu.

Vladimir Putin, presidente da Rússua, ex-espião da KGB, nega interferência russa através de notícias falsas.
Vladimir Putin, presidente da Rússua, ex-espião da KGB, nega interferência russa através de notícias falsas. REUTERS/Alexander Nemenov/Pool
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A Rússia está sendo acusada de interferência numa série de eventos políticos ocidentais, como o referendo da saída do Reino Unido da UE, a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos e a crise da independência da Catalunha.

O comissário de Segurança da UE, Julian King, apresentou hoje ao Parlamento Europeu um contundente relatório sobre a dimensão das atividades de propaganda do Kremlin.

“Francamente, há poucas dúvidas de que a campanha de desinformação pró-Kremlin seja uma estratégia orquestrada, que divulga as mesmas notas enganosas em várias línguas, através de vários canais, várias vezes por dia”, denunciou King.

Segundo o comissário, seu relatório se baseia em dois anos de pesquisa feita pelo East Stratcom Task Force da União Europeia, um departamento que investiga notícias falsas no leste europeu, que acumulou mais de 3.500 exemplos de desinformação emitida pelo Kremlin, contradizendo fatos e verdades, em muitas línguas, em várias ocasiões.

Entre os últimos exemplos de notícias falsas publicadas, os europeus do leste leram que “o governo francês pretende banir símbolos cristãos”, a “Dinamarca está alimentando feras do zoológico com animais domésticos abandonados” e a “Suécia está introduzindo uma lei que exige consentimento por escrito antes de um ato sexual entre um homem e uma mulher”.

O sucesso da desinformação

Julian King disse aos membros do parlamento europeu que a Rússia não nega a emissão de notícias falsas. Pelo contrário, militares russos, de alta patente, admitem em memorandos que as campanhas de desinformação são instrumentos legítimos num “outro tipo de Forças Armadas”.

“Se nós olharmos as pesquisas de opinião pública sobre o percentual de pessoas que acredita nas notícias falsas plantadas pelo Kremlin na mídia e nas redes sociais, nós podemos concluir que a estratégia russa tem sido extremamente bem-sucedida”, alertou King.

Por isso, na segunda-feira (15), a União Europei lançou uma nova força tarefa com 40 membros, incluindo representantes da grande mídia, para tentar elaborar maneiras de se combater as notícias falsas.

Enquanto isso, no reino Unido, país que está saindo da União Europeia, a primeira-ministra Theresa May acusa Moscou de “transformar a informação em arma”.

Com agência AFP

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