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Malala/visita

Malala visita vilarejo natal pela primeira vez após atentado de 2012

A prêmio Nobel da Paz de 2014 chegou neste sábado (31) ao vale de Swat, pela primeira vez após o atentado talibã que quase lhe custou a vida em 2012. “Um sonho concretizado”, declarou Malala Yousafzai.

Malala chega ao vale de Swat, de helicóptero, neste sábado (31).
Malala chega ao vale de Swat, de helicóptero, neste sábado (31). ABDUL MAJEED / AFP
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Com informações da correspondente da RFI em Islamabad, Solène Fioriti

No dia 9 de outubro de 2012, Malala Yousafzai voltava para casa em um ônibus escolar, que foi interceptado por talibãs paquistaneses no caminho. Um deles perguntou “Quem é Malala?”. E ela recebeu um tiro na cabeça. Entre a vida e a morte, a estudante foi transferida para tratamento de emergência na Grã-Bretanha, onde vive desde então.

Hoje, aos 20 anos, ela volta pela primeira vez ao Paquistão em uma visita carregada de emoção e sob forte esquema de segurança. “Eu deixei o vale de Swat com os olhos fechados. E volto com os olhos abertos. Meu sonho foi realizado”, declarou.

Envolta em um xale rosa, a ícone paquistanesa dos direitos das mulheres chegou de helicóptero desde Islamabad, acompanhada dos pais e de dois irmãos. Após cumprimentar rapidamente os conhecidos, ela visitou uma escola de meninos em Mingora, vilarejo onde sofreu o atentado que quase a matou.

Vale quase seguro

A visita à escola é muito simbólica pois nos últimos dois dias, Malala Yousafzai repetiu várias vezes seu desejo em investir na educação no Paquistão.

Essa volta é também uma vitória para o governo paquistanês. Trazer Malala de volta ao lugar de seu quase assassinato é uma prova que o país foi pacificado e que o Estado controla o vale de Swat, antes dominado pelos talibãs.

Ou quase. Em Mingora, as estradas foram fechadas para a chegada da ativista e ela ficou apenas uma hora no local, sinal de que os riscos continuam reais.

Antes uma mera estudante nesse vilarejo perdido em Swat, aos 11 anos Malala se torna conhecida do grande público. Sob o pseudônimo de Gul Makai, a jovem relata seu cotidiana de estudante em um blog, onde também denuncia a ação de talibãs que impõem a charia e destroem centenas de escolas no vale de Swat, no norte do Paquistão.

Alguns meses mais tarde sua identidade real é revelada e ela se torna alvo de ameaças regulares por parte dos talibãs, que não apreciam seu ativismo e suas ideias. E então Malala se torna vítima de uma emboscada e de um tiro na cabeça.

Educação obrigatória

Desde esse dia, Malala Yousafzai se torna um símbolo mundial da luta contra o extremismo e pelo direito das mulheres à educação. O prêmio Nobel da Paz chega em 2014.

Hoje, Malala estuda na Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha. A jovem diz que quer se lançar na política, para “mudar o futuro” do Paquistão. Uma das prioridades seria tornar obrigatória a educação para todos.

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