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Crise

Rússia estabelece que Reino Unido deve repatriar mais de 50 diplomatas

A Rússia anunciou neste sábado (31) que o Reino Unido deve reduzir o número de funcionários diplomáticos no país em mais de 50 pessoas. A decisão é mais um episódio da crise entre Moscou e países ocidentais, depois do envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal e sua filha na Inglaterra, em março. 

O embaixador britânico Laurie Bristow deixa a sede do Ministério das Relações Exteriores da Rússia na sexta-feira (30).
O embaixador britânico Laurie Bristow deixa a sede do Ministério das Relações Exteriores da Rússia na sexta-feira (30). REUTERS/Maxim Shemetov
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O anúncio ocorreu poucas horas depois da decisão da Rússia de expulsar mais de 50 diplomatas de outros países ocidentais, como França, Itália, Alemanha e Canadá, em represália à expulsão, na semana passada, de diplomatas russos. 

Como embaixadores de outros 22 países, o britânico Laurie Bristow foi convocado na sexta-feira (30) por Moscou. Ele recebeu uma nota de protesto sobre as "ações provocadoras e infundadas, que resultou na injustificada expulsão de diplomatas russos por parte de vários Estados". A Rússia também deu o prazo de um mês a Londres para a redução do número de diplomatas até igualar a quantidade de pessoas em seu corpo diplomático no Reino Unido.

"A Rússia quer igualdade. Os britânicos têm [em Moscou] 50 diplomatas a mais que os russos [em Londres]", afirmou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.

Em 14 de março, o Reino Unido expulsou 23 diplomatas russos. Londres também pediu que seus aliados fizessem o mesmo. Neste sábado, uma porta-voz do Foreign Office afirmou que o governo britânico "estuda as implicações" das medidas anunciadas por Moscou.

Maior onda de expulsões de diplomatas

Mais de 20 nações -  incluindo Estados Unidos, países membros da União Europeia e da Otan - anunciaram a expulsão de mais de 150 diplomatas russos em solidariedade com o Reino Unido pelo envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal e de sua filha Yulia. Essa é a maior onda de expulsões de diplomatas dos últimos anos. No total, 300 pessoas receberam a ordem de retornar a seus países de origem. 

Os 60 diplomatas russos expulsos pelos Estados Unidos devem retornar neste sábado à Rússia, afirmou o embaixador de Moscou em Washington, Anatoli Antonov. Um total de 171 cidadãos russos devem deixar o país em aviões disponibilizados pelo Kremlin. 

Yulia Skripal registra melhoras em seu estado de saúde

Depois do envenenamento em 4 de março, Serguei Skripal e sua filha, Yulia, estão internados no hospital de Salisbury, sudoeste da Inglaterra. Ambos foram expostos a um agente neurotóxico de origem russa, o novichok. Eles foram encontrados paralisados em um banco de um parque desta pequena cidade inglesa onde vive o ex-espião russo. A filha havia chegado a Salisbury um dia antes do envenenamento para visitar o pai.

Nesta semana, o hospital indicou que a jovem russa de 33 anos apresenta melhoras no estado de saúde, retomou a consciência e já consegue se comunicar. Serguei Skripal, de 66 anos, continua internado em estado crítico, mas estável.

Yulia pode ser a resposta para o misterioso crime, sobre o qual Moscou nega ter qualquer responsabilidade. Mais de 250 investigadores especializados em terrorismo trabalham no caso. O Reino Unido disse que estuda o pedido da Rússia para obter acesso consular à filha do ex-espião. 
 

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