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Índia/Tecnologia

Aplicativo de reconhecimento facial identifica 3 mil crianças desaparecidas na Índia

A cada dia na Índia, cerca de cinco crianças são dadas como desaparecidas. Muito frequentemente, quando são encontradas, seus pais não são identificados. Para tentar resolver o problema, a polícia de Nova Délhi está experimentando um novo método: um aplicativo de reconhecimento facial, ainda em fase de testes. Através dele, cerca de três mil menores puderam ser identificados em apenas quatro dias.

Crianças indianas fazem fila para receber chá de graça durante a feira anual Magh Mela, em Allahabad, em 4 de janeiro de 2018.
Crianças indianas fazem fila para receber chá de graça durante a feira anual Magh Mela, em Allahabad, em 4 de janeiro de 2018. SANJAY KANOJIA / AFP
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Com informações do correspondente da RFI em Nova Délhi, Sébastien Farcis

Os casos de crianças pobres que se perdem em multidões se repetem todos os dias na Índia. O drama foi recentemente retratado no filme "Lion: Uma Jornada Para Casa", do diretor Garth Davis.

Apenas com o nome e o sobrenome, as autoridades dificilmente conseguem identificar e encontrar os pais dessas crianças. Muito frequentemente, as famílias desfavorecidas não têm fotos dos filhos. E, quando têm, as imagens terminam em uma base de dados que contabiliza nada menos que 240 mil menores perdidos. A polícia, saturada com o excesso de trabalho e ineficaz, também não faz maiores esforços para encontrá-los.

Para agravar o problema, centros de acolhimento contabilizam 90 mil crianças abandonadas. Esses locais fotografam os menores no momento em que eles entram no estabelecimento. Mas como comparar todas essas informações e imagens?

Software compara dezenas de rostos

Uma nova tecnologia de reconhecimento facial permite atualmente começar a resolver parte desse mistério. Uma empresa portuguesa é a responsável por ter criado esse aplicativo que está comparando dezenas de imagens dos menores procurados na Índia. O mesmo sistema é utilizado por alguns smartphones que se desbloqueiam quando seu proprietário apresenta seu rosto diante da câmera.

O software, ainda em fase piloto, foi desenvolvido para o controle biométrico nas fronteiras. Mas o aplicativo está sendo disponibilizado gratuitamente às autoridades de Nova Délhi, desde que seu objetivo seja exclusivamente humanitário.

O resultado foi surpreendente. Em um primeiro teste utilizando a base de dados com imagens de menores desaparecidos de Nova Délhi, três mil crianças foram identificadas. A polícia da cidade estuda agora a possibilidade de utilizar o aplicativo durante um ano e compartilhá-lo com os serviços de outras regiões do país.

As autoridades estão conscientes, no entanto, de que o problema não poderá ser resolvido por completo. Menos de um terço das crianças perdidas são encontradas e podem voltar para suas famílias. Muitas delas são sequestradas, forçadas a trabalhar em fábricas e até mesmo em casas de prostituição.

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