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Coreia do Norte/nuclear

Coreia do Norte: jornalistas que cobrem "desmonte" de base de testes nucleares ficam sem telefone

O regime de Kim Jong-un convidou cerca de 30 jornalistas de diferentes países para assistir ao desmantelamento de um túnel usado desde 2006 para testes nucleares subterrâneos. A visita deve ocorrer nesta quarta-feira (23). Mas, como previsto, eles estão sendo obrigados a seguir o programa definido pelo governo norte-coreano.

O líder norte-coreano Kim Jong-un ao lado do presidente chinês Xi Jinping, em 9 de maio
O líder norte-coreano Kim Jong-un ao lado do presidente chinês Xi Jinping, em 9 de maio KCNA/via REUTERS
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Segundo o correspondente da RFI em Seul, Frédéric Ojardias, os repórteres vêm de cinco países diferentes: Estados Unidos, China, Rússia, Coreia e Reino Unido. Todos vieram acompanhar as explosões que devem destruir locais usados para os criticados testes nucleares do regime norte-coreano, que aconteceram até o ano passado. Eles estão situados no nordeste do país, dentro de uma montanha.

O acesso ao local é complicado: os jornalistas devem pegar um trem e viajar durante 12 horas. Em seguida, um ônibus os leva até um local próximo da base de testes. A viagem dura quatro horas. Depois, os repórteres serão obrigados a andar dentro da montanha.

Na manhã desta quarta-feira (23), os jornalistas ainda esperavam a autorização do regime para a visita. Jornalistas sul-coreanos foram convidados na última hora para participar da “coletiva”, o que está sendo considerado como um sinal importante depois das ameaças feitas pela Coreia do Norte. O país chegou a falar em cancelamento da cúpula com os Estados Unidos, marcada para o dia 12 de junho em Cingapura.

O problema, conta o correspondente da RFI, é que os jornalistas têm poucos meios para realizar um verdadeiro trabalho investigativo. Quando chegaram ao aeroporto de Wonsan, seu telefones via satélite foram confiscados, assim como os aparelhos que medem a radioatividade.

A informação é de um repórter do canal britânico Skynews. O regime afirma que o equipamento não é necessário, porque as bases “são seguras”, ou seja, têm baixo nível radioativo.Na verdade, diz o correspondente da RFI, o governo norte-coreano espera que a imprensa internacional divulgue apenas as imagens convenientes para o regime.

Destruir túneis é destruir provas

Nenhum especialista em energia nuclear foi convidado para participar da visita, apesar das promessas do regime. Alguns analistas acreditam que destruindo os túneis da base, o governo norte-coreano destrói também as provas de experiências anteriores realizadas no local, sem que os inspetores internacionais possam, por exemplo, obter amostras necessárias.

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