Repressão policial marca protestos contra corrupção na Romênia
Dezenas de milhares de manifestantes foram às ruas de Bucareste, nesta sexta-feira, para denunciar a corrupção, os baixos salários e as tentativas do partido PSD, o partido social democrata, de enfraquecer o Judiciário.
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As manifestações foram organizadas em todo o país. A Romênia é considerada como um dos países mais corrompidos da União Europeia.
Na capital, alguns manifestantes tentaram atravessar as barreiras de segurança em torno da sede do governo. Outros lançaram garrafas e pedras nos policiais, que reagiram jogando bombas de gás lacrimogêneo, alegando a presença de “provocadores” no local. Cerca de 400 pessoas precisaram receber atendimento médico.
O presidente Klaus Iohannis, de direita, condenou a violência "excessiva" da polícia. "A ação foi desproporcional em relação aos atos dos manifestantes", escreveu o chefe de Estado romeno em sua página no Facebook. "O Ministério da Segurança Pública deve se pronunciar o mais rapidamente possível sobre a maneira como gerenciou os incidentes dessa noite", acrescentou.
Mudança do Código Penal favorece corrupção
Segundo estimativas do Banco Mundial, entre três e cinco milhões de romenos vivem e trabalham fora do país -o equivalente a um quarto da população. O país foi palco de diversas manifestações desde que os sociais-democratas chegaram ao poder, no início de 2017, e tentaram modificar o Código Penal para descriminalizar diversos infrações ligadas à corrupção. As medidas, que são alvo de um recurso na Corte Constitucional, suscitaram preocupação da Comissão Europeia e do Departamento de Estado Americano.
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