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Apesar de forte violência, presidente do Afeganistão afirma que eleições legislativas foram “um sucesso”

Quatro milhões de eleitores foram às urnas no último fim de semana no Afeganistão para escolher o novo Parlamento. Diversas pessoas tiveram que votar no domingo (21), no lugar do sábado (20), por razões de segurança. Nas cidades de Ghazni e Kandahar, as eleições foram adiadas após o ataque à reunião da OTAN. A opinião pública diverge se houve ou não sucesso no processo democrático.

Mulher vota em Cabul, no Afeganistão
Mulher vota em Cabul, no Afeganistão REUTERS/Mohammad Ismail
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Com informações da correspondente da RFI em Cabul, Sonia Ghezali

Para o presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, as eleições legislativas de 2018 ocorreram de forma excepcional. Ele fez um pronunciamento no domingo, através de um vídeo: “Ao votar, vocês mostraram ao mundo todo que rejeitam a violência e também provaram aos talibãs que não se submetem a ninguém”.

O conselheiro de Segurança Nacional de Ghani também celebrou os bons resultados da votação no Afeganistão, baseando-se nos índices da comissão eleitoral independente. Os números mostram que as mulheres representaram um terço dos eleitores, além de uma redução de 50% de “incidentes” em comparação com 2014.

Clima de tensão

As autoridades afirmaram que pelo menos 80 ficaram feridos e 17 foram mortos em diferentes ataques durante o período eleitoral. Mas a agência de notícias AFP apresenta, por sua vez, números mais impressionantes: 300 vítimas no total.

Quanto às “longas filas” de espera nas seções eleitorais, das quais o governo se vangloria, existem várias interpretações. Diversos observadores disseram que o que houve foi, na realidade, uma falta de organização, com mesários incompetentes e problemas de material. Alguns eleitores esperaram entre 20 minutos e 2 horas para votar – o que deveria levar um minuto com o sistema biométrico.

A polícia afirmou que cerca de sessenta pessoas foram acusadas de interferência no processo eleitoral. Alguns locais foram atacados por homens armados, além de ter sido comprovada a existência de acordos entre candidatos e mesários. Os talibãs protestaram com ataques por todo do país, fazendo mais de 100 vítimas.

Somente dois terços dos centros de votação puderam funcionar. Essa é a primeira vez que o Afeganistão utilizará a biometria para uma votação, uma exigência de diversos partidos políticos para conter as habituais fraudes no país. Os resultados serão anunciados no dia 10 de novembro.

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