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Malásia/ Gays

Acusado de corrupção, deputado malaio diz que terremoto é punição para os gays

O líder da oposição na Malásia disse nesta terça-feira (23) que o terremoto seguido de tsunami que matou milhares de pessoas na vizinha Indonésia foi "punição de Alá" pelas atividades de pessoas gays, provocando uma tempestade de críticas.   

Buscas por desaparecidos no terremoto seguido por um tsunami, que atingiu a ilha de Sulawesi no final de setembro, deixando cerca de 2.000 mortos.
Buscas por desaparecidos no terremoto seguido por um tsunami, que atingiu a ilha de Sulawesi no final de setembro, deixando cerca de 2.000 mortos. REUTERS/Darren Whiteside
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Ahmad Zahid Hamidi lidera um partido que perdeu o poder na maioria muçulmana da Malásia nas eleições históricas de maio e fez as declarações no Parlamento, alertando sobre “a crescente influência da comunidade gay do país”.

Foi o mais recente sinal de uma reação contra os homossexuais na Malásia. Nos últimos meses, autoridades - incluindo o primeiro-ministro - se manifestaram contra os direitos dos homossexuais e duas lésbicas foram punidas com violência por violar as leis islâmicas que proíbem as relações entre pessoas do mesmo sexo. 

Ahmad Zahid, um ex-vice-primeiro-ministro que está sendo acusado de corrupção, disse que "em Palu”, onde houve recentemente um terremoto e um tsunami, “foi dito que havia mais de mil pessoas envolvidas nessas atividades (LGBT)”.    

"Como resultado, toda a área foi atingida. Isso é punição de Alá".  O terremoto de magnitude 7,5 e o subsequente tsunami atingiram a cidade costeira de Palu, na ilha de Sulawesi, em 28 de setembro.    

Mais de 2.000 corpos já foram recuperados e há temores de que outros 5.000 possam estar enterrados sob as ruínas em vários bairros de difícil acesso.

Populismo para salvar a própria pele

As observações de Ahmad Zahid provocaram críticas generalizadas e ele foi acusado de fazer comentários populistas para salvar sua própria pele. 

Pang Khee Teik, um dos principais ativistas dos direitos dos gays, disse que os comentários de Ahmad Zahid eram "a prova de que toda vez que um político está com problemas, as pessoas LGBT são culpadas". 

"Da próxima vez que você ouvir um político dizer que as pessoas LGBT estão causando um desastre natural, lembre-se que é porque sua carreira está prestes a ser engolida pela Terra."    

Houve uma onda de raiva nas mídias sociais, com um usuário do Facebook criticando Ahmad Zahid por sua "declaração estúpida e irresponsável".  

Na semana passada, o homem de 65 anos foi atingido com 45 acusações em um caso de corrupção de US$ 26 milhões. Ele é acusado de crimes que incluem a aceitação de subornos para conceder contratos governamentais e lavagem de dinheiro.

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