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Paquistão/Pena de Morte

Marido de Asia Bibi pede asilo para cristã absolvida de pena de morte no Paquistão

O marido de Asia Bibi pediu refúgio neste domingo (4) para sua família nos Estados Unidos, Grã-Bretanha ou Canadá, enquanto o futuro da paquistanesa é incerto após a apresentação de um pedido contra a sua absolvição da pena por enforcamento, que provocou manifestações por parte de fundamentalistas muçulmanos no Paquistão.

As filhas da paquistanesa Asia Bibi, com imagem da sua mãe, em frente ao local onde moravam na província de Punjab, em 13 de novembro de 2010.
As filhas da paquistanesa Asia Bibi, com imagem da sua mãe, em frente ao local onde moravam na província de Punjab, em 13 de novembro de 2010. REUTERS/Adrees Latif/File Photo
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 "Peço ao presidente Donald Trump para nos ajudar. Peço também à primeira-ministra britânica (Theresa May) para que faça o possível para nos ajudar", declarou Ashiq Masih em uma mensagem de vídeo. O marido de Asia Bibi também pediu "ajuda" do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau.

"A família pede refúgio nos Estados Unidos, Reino Unido e Canadá", declarou à AFP Wilson Chowdhry, presidente da Associação dos Paquistaneses Cristãos na Grã-Bretanha, que ajuda Asia Bibi e sua família há anos.

No vídeo, Ashiq Masih também pede asilo para Joseph Nadeem, que abrigou sua família após a sentença de morte por blasfêmia de sua esposa em 2010. Asia Bibi passou vários anos no corredor da morte antes de ser absolvida pelo Supremo Tribunal na semana passada em uma sentença que irritou os muçulmanos extremistas.

Veja um vidéo de outubro deste ano, onde o marido e a filha mais velha de Asia Bibi dão entrevista em Londres sobre a situação da família e da paquistanesa:

Absolvição incerta, após protestos de fundamentalistas islâmicos

A libertação da cristã, que parecia iminente, parece agora muito mais incerta. Os fundamentalistas foram às ruas em protestos que duraram três dias. Na sexta-feira (2) à noite, as autoridades e os manifestantes chegaram a um acordo para parar os protestos.

Sob o acordo alcançado entre o governo e os manifestantes, as autoridades não vão se opor à apresentação de um pedido de revisão do veredicto do Supremo Tribunal e vão lançar procedimentos legais para impedir que Asia Bibi deixe o país.

Asia Bibi, apesar de ter sido absolvida pela Justiça, continua presa em Multan (centro do Paquistão). O advogado da cristã, Saif ul-Mulook, anunciou no sábado (3) que estava deixando o país, por motivos de segurança.

Neste domingo, a Comissão paquistanesa de Direitos Humanos se declarou "consternada" pela "incapacidade do governo em proteger o Estado e o caráter sagrado da lei", qualificando o acordo com os islamitas de "mascarado" após a "histórica" sentença da Suprema Corte.

"Ninguém pode ter a impressão errônea de que o Estado fecha os olhos diante desse comportamento" dos extremistas, advertiu o ministro de Informação, Fawad Chaudhry. "O Estado não ignorará a rebelião", assegurou à imprensa.

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