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Gaza/Conflito

Milhares de feridos a bala correm risco de vida com infecções em Gaza, diz MSF

Milhares de palestinos feridos em Gaza por tiroteios israelenses durante protestos ao longo da fronteira sofrem com infecções que ameaçam deixá-los permanentemente incapacitados, ou mesmo matá-los, segundo alerta da organização Médicos sem Fronteiras (MSF) desta quinta-feira (29).

Habitantes de Gaza após ataque aéreo de Israel, em 13 de novembro de 2018.
Habitantes de Gaza após ataque aéreo de Israel, em 13 de novembro de 2018. MAHMUD HAMS / AFP
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A organização Médicos sem Fronteiras, que tem cerca de 260 funcionários trabalhando em quatro hospitais e cinco clínicas de pós-operatório na Faixa de Gaza, declarou um estado de "emergência de saúde real".

O MSF fez um apelo à comunidade internacional em prol de assistência financeira e pediu às autoridades israelenses e palestinas que facilitem o acesso e o trabalho do atendimento médico, bem como a transferência dos feridos para fora do enclave sob bloqueio, quando for necessário.

A Faixa de Gaza, localizada entre Israel, Egito e o Mediterrâneo, tem vivenciado meses de manifestações e violência desde março entre palestinos e soldados israelenses, estes últimos posicionados em muros de vários metros de altura, que fecham a fronteira.

Pelo menos 235 palestinos foram mortos por tiros ou bombardeios israelenses desde o início da mobilização, em 30 de março, para exigir o fim do bloqueio e o retorno de refugiados palestinos para as terras de onde foram expulsos, desde a criação do Estado de Israel em 1948. Dois soldados israelenses foram mortos.

Fraturas expostas e risco de amputações

Entre 30 de março e 31 de outubro, os médicos do MSF afirmam terem cuidado de 3.177 pacientes dos 5.866 atingidos por balas, segundo as autoridades sanitárias de Gaza. A grande maioria sofre de fraturas expostas e graves danos nos tecidos do corpo. O fluxo dos feridos sobrecarrega o sistema médico de Gaza, que já é notoriamente subdimensionado, segundo a organização.

Segundo as "estimativas mais conservadoras" do MSF, pelo menos 25% dos pacientes com fraturas expostas, cerca de mil, possuem infecções. "As consequências dessas lesões, especialmente não tratadas, podem causar desde incapacidades permanentes para alguns, até a amputação ou morte em caso de infecções não tratadas", afirma o comunicado. "Uma resposta adequada custará dezenas de milhões de euros - uma quantia que deve ser encontrada com urgência", acrescenta.

Israel se defende contra acusações de uso excessivo da força, acusando o movimento islâmico Hamas, que governa Gaza, de usar a mobilização como cobertura para atividades "terroristas".

Israel e o Hamas travaram três guerras em Gaza desde 2008. As tensões nos últimos meses aumentaram os temores de um novo conflito. No entanto, um cessar-fogo foi concluído em 13 de novembro após o confronto mais grave desde a guerra de 2014.

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