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Líbano

"Somos todos Carlos Ghosn": libaneses se mobilizam em apoio ao executivo preso no Japão

A capital libanesa amanheceu nesta quinta-feira (6) com o rosto do executivo franco-líbano-brasileiro Carlos Ghosn estampado em diversos cartazes pelas ruas. O presidente da montadora Renault continua preso em Tóquio, depois de ter sido demitido das japonesas Nissan e Mitsubishi Motors, por suspeita de fraude fiscal.

"Somos todos Carlos Ghosn", dizem cartazes em solidariedade ao executivo em Beirute, no Líbano.
"Somos todos Carlos Ghosn", dizem cartazes em solidariedade ao executivo em Beirute, no Líbano. REUTERS/ Mohamed Azakir
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"Somos todos Carlos Ghosn": é o slogan da campanha, realizada em inglês por uma empresa de publicidade libanesa, em apoio ao executivo. Um dos gerentes da sociedade e o idealizador da iniciativa Dany Kamal, afirma que teve a ideia por conhecer pessoalmente e admirar Ghosn.

"É uma campanha contra a injustiça", explica Kamal. Para o publicitário, até que seja provado o contrário, Ghosn deve ser considerado inocente.

O presidente da Renault é extremamente admirado no Líbano. Nascido em Porto Velho (RO), em 1954, deixou o Brasil ainda criança e se instalou em Beirute com a família, de origem libanesa. Na juventude, fez seus estudos superiores em Paris e começou sua carreira profissional na francesa Michelin.

No entanto, Ghosn manteve fortes laços com os libaneses, viajando regularmente para o país que o homenageia com frequência. Em 2017, o rosto dele chegou a estampar selos postais. O empresário também investe no setor do vinho local e bancário.

Desde que foi detido em Tóquio em 19 de novembro, acusado de dissimular 5 bilhões de iens (equivalente a cerca de R$ 164 milhões) em cinco anos em que liderou a Renault-Nissan-Mitsubishi, o executivo é alvo de uma onda de solidariedade no Líbano.

Nas redes sociais, fotos de Ghosn ao lado da mensagem "Inocente" circulam desde sua detenção. "Você é um galho do cedro [árvore que é símbolo do Líbano] e estamos com você", diz um internauta no Facebook.

Diplomacia libanesa em favor de Ghosn

Não bastasse a onda de apoio da população, a diplomacia também se mobilizou em favor do empresário. No dia 27 de novembro, o ministro libanês das Relações Exteriores, Gebran Bassil, convocou o embaixador japonês em Beirute, Matahiro Yamaguchi, para questioná-lo sobre alguns pontos em relação às circunstâncias em que Ghosn foi preso.

"O fênix libanês não será queimado pelo sol do Japão", afirmou o ministro do Interior do Líbano, Nohad Machnouk.

Na quarta-feira (4), a promotoria de Tóquio solicitou uma nova ordem de prisão contra Ghosn por suspeitas de que o executivo também tenha declarado rendimentos abaixo do que realmente recebeu por outros três anos. As investigações também podem ser ampliadas por outros motivos, pois a Nissan acusa o empresário de ter cometido abusos de bens sociais, como o uso de residências de luxo às custas do grupo.

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