Advogados de Ghosn tentam tirá-lo da cadeia depois de nova acusação
Os advogados japoneses de Carlos Ghosn, acusado nesta segunda-feira (22) pelo crime de abuso de confiança com agravante, entraram com um pedido para obter a libertação do ex-executivo com o pagamento de fiança.
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O ex-CEO da aliança Renault-Nissan foi detido novamente em 4 de abril em sua residência de Tóquio, acusado de desvio de dinheiro da Nissan, apenas um mês depois de ter deixado a prisão. O executivo franco-libanês-brasileiro, de 65 anos, em prisão provisória, é processado por quatro crimes.
Desde sua última detenção, Ghosn estava sendo interrogado sobre transferências de dinheiro da Nissan para uma distribuidora de veículos da sua montadora, em Omã. De um total de US$ 15 milhões de dólares pagos à sua empresa entre o fim de 2015 e meados de 2018, 5 milhões foram utilizados para enriquecimento pessoal, afirma o Ministério Público.
Demanda judicial
Em um comunicado, a Nissan anunciou que apresentaria uma demanda judicial para "reclamar sanções com uma severidade correspondente a uma falha inaceitável". De acordo com analistas, esse é o crime mais grave atribuído até o momento a Ghosn, cinco meses após sua primeira detenção, em 19 de novembro de 2018, no aeroporto de Tóquio.
Os US$ 5 milhões teriam sido transferidos por meio de uma empresa libanesa a um fundo controlado por seu filho Anthony Ghosn nos Estados Unidos, o Shogun Investments LLC, que teria investido a quantia em 30 empresas diferentes, indicaram fontes próximas ao caso. O dinheiro também teria sido utilizado na compra de um iate luxuoso avaliado em 13,2 milhões de dólares.
Família denuncia complô
Ghosn foi libertado sob fiança no dia 6 de março, após uma detenção de 108 dias, e colocado em prisão domiciliar em Tóquio. Ele voltou para a cadeia um mês depois, alvo de novas acusações. O executivo sua família denunciam um complô de Nissan, já que Ghosn preparava a fusão do grupo japonês com seu parceiro francês Renault. O principal advogado de Ghosn, Junichiro Hironaka, entrou com vários recursos desde a nova detenção de seu cliente, mas todas foram rejeitadas pelos juízes.
(Com informações da AFP)
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